quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O GERMINAL nº 28:Por que não participaremos do "Comitê Unificado"



O GERMINAL
Boletim da Oposição Estudantil C.C.I.
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Nº 28 - Fevereiro de 2012


POR QUE NÃO PARTICIPAREMOS DO “COMITÊ UNIFICADO”

            No dia 07/02 (quinta-feira) foi convocada pelos militantes da ANEL/Pstu uma reunião para tratar sobre as recentes medidas da Reitoria de Ivan Camargo. Se por um lado concordamos com a necessidade de organizar a resistência estudantil ativa a estas medidas antidemocráticas da Reitoria (cobrança de taxa de trancamento de matrícula, catracas na FGA, reativação do Conselho Diretor da FUB, etc.), acreditamos que a forma de organização e o conteúdo político que possibilitou tal comitê, além de não dar conta das tarefas imediatas para brecar tais ataques da Reitoria, (por isso e por outros motivos) será incapaz de cumprir as tarefas de médio prazo de reorganização do movimento estudantil da UnB. Frente a isso a Oposição Combativa, Classista e Independente ao DCE, vem declarar que:



1°) Este não é um comitê dos e para os estudantes de base, é uma reunião de cúpulas de correntes políticas (PSTU, PSOL, PT, “Honestinas”, etc.), que expressa unicamente a unidade existente entre elas, não a unidade dos estudantes organizados desde a base em seus CA's e demais associações estudantis. Serve antes de mais nada para maquiar momentaneamente a crise da esquerda oportunista e seus métodos, precisamente com os mesmos métodos burocráticos que a levaram a crise;



2º) Sendo um comitê consensual, não é um comitê que estimule as posições mais avançadas e consequentes do Movimento Estudantil. É o “mínimo comum” existente entre diversas forças políticas, dentre elas partido conhecidamente oportunistas e governistas, contando inclusive com a ilustre presença da União “Neoliberal” dos Estudantes (UNE). Frente a esse método consensual, perguntamos: E se uma proposta vital para o prosseguimento da luta encontra a discordância de uma minoria oportunista (como é comum e natural de ocorrer)? Nivela-se por baixo. O consenso é o poder de veto das correntes oportunistas.



3°) Por falta de um trabalho de organização de base prévio e cotidiano (pois alguns só aparecem em cena mesmo em épocas de eleição para DCE) o tom da primeira reunião que fundou o comitê era de total submissão à “opinião pública”, era como se estivessem pisando em ovos. Não se propunham com tal luta modificar a consciência geral dos estudantes, não se propunha vincular suas reivindicações imediatas às reivindicações gerais e políticas. Pois é de conhecimento de todos que boa parte das forças políticas ali presentes desconhecem o “estado de ânimo” e o cotidiano das massas estudantis, pois não estão vinculados a elas em suas lutas mais imediatas desde a base;



4º) Como já havíamos denunciado em outros momentos, em especial na edição nº27 d'O Germinal, a dita “unidade de esquerda” proposta pela ANEL/Pstu, através de grandes acordos de cúpulas, onde cada corrente exige sua “logo-marca” em cada passo dado pelo comitê (sendo esta  fonte de diversas picuinhas, não deixando para trás as piores tradições do parlamentarismo). Não tenhamos memória curta! Não é por que a UNE virou “oposição” ao DCE que devemos esquecer a sua péssima passagem pelo DCE (2008-2009 e 2009-2010), afinal de contas, não só as assembleias gerais eram também boicotadas naquela gestão, como o discurso contra a “quadradice das assembleias” e os “métodos antiquados” (leia-se os métodos combativos e de massas) ganharam corpo nessa gestão, e como tal cimentaram as bases para a vitória da direita “almofadinha” (Aliança pela Liberdade) em 2011. A dubiedade (“centrismo”) frente ao papel das fundações privadas, frente a ação repressiva da polícia no campus, frente aos conselhos burocráticos da universidade (Consuni, Cad e Cepe), são algumas das marcas da gestão do PT no DCE (e na Reitoria), que desarmaram politicamente os estudantes frente a direita neoliberal. Portanto, tal “unidade de esquerda” proposta pela ANEL/Pstu com os notórios oportunistas da UNE/PT não representa a unidade necessária e combativa do Movimento Estudantil; 


5°) Enfim, não participarem de dito comitê pois significa na prática a negação da necessária auto-crítica do último período, em troca dos mesmos resultados pragmáticos e oportunistas (resultados que no plano imediato geram uma ilusão/aparência de avanço, mas logo deslancha em derrotas) que são precisamente a causa da crise que vivemos na UnB. Não queremos nos eximir de críticas e auto-críticas, porém, não compactuaremos com a construção de novas derrotas, em responsabilidade com a luta do movimento estudantil. Viemos por meio desta declaração gerar o debate crítico que não há nesses espaços “consensuais” e convocar os estudantes a lutar contra essa concepção de Universidade elitista e clientelista em curso na UnB (via DCE, Reitoria e ADUnB), porém, mais do que nunca isso só será possível pela reorganização classista e combativa do Movimento Estudantil na retomada efetiva dos métodos de trabalho de base.


POR UM FÓRUM DE CA'S E ESTUDANTES INDEPENDENTES! 
 POR UM CONGRESSO ESTUDANTIL DA UNB!
ABAIXO O CONSELHO DIRETOR DA FUB! 
 CONSTRUIR UMA UNIVERSIDADE POPULAR

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