O GERMINAL
Boletim da Oposição Estudantil C.C.I.
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Nº 28 - Fevereiro de 2012
POR
QUE NÃO PARTICIPAREMOS DO “COMITÊ UNIFICADO”
No dia 07/02
(quinta-feira) foi convocada pelos militantes da ANEL/Pstu uma reunião para
tratar sobre as recentes medidas da Reitoria de Ivan Camargo. Se por um lado
concordamos com a necessidade de organizar a resistência estudantil ativa a
estas medidas antidemocráticas da Reitoria (cobrança de taxa de trancamento de
matrícula, catracas na FGA, reativação do Conselho Diretor da FUB, etc.),
acreditamos que a forma de organização e o conteúdo político que possibilitou
tal comitê, além de não dar conta das tarefas imediatas para brecar tais
ataques da Reitoria, (por isso e por outros motivos) será incapaz de cumprir as
tarefas de médio prazo de reorganização do movimento estudantil da UnB. Frente
a isso a Oposição Combativa, Classista e Independente ao DCE, vem declarar que:
1°) Este não é um comitê dos e para os estudantes
de base, é uma reunião de cúpulas de correntes políticas (PSTU, PSOL, PT,
“Honestinas”, etc.), que expressa unicamente a unidade existente entre elas,
não a unidade dos estudantes organizados desde a base em seus CA's e demais
associações estudantis. Serve antes de mais nada para maquiar momentaneamente a
crise da esquerda oportunista e seus métodos, precisamente com os mesmos
métodos burocráticos que a levaram a crise;
2º) Sendo um comitê consensual, não é um comitê que
estimule as posições mais avançadas e consequentes do Movimento Estudantil. É o
“mínimo comum” existente entre diversas forças políticas, dentre elas partido
conhecidamente oportunistas e governistas, contando inclusive com a ilustre
presença da União “Neoliberal” dos Estudantes (UNE). Frente a esse método
consensual, perguntamos: E se uma proposta vital para o prosseguimento da luta
encontra a discordância de uma minoria oportunista (como é comum e natural de
ocorrer)? Nivela-se por baixo. O consenso é o poder de veto das correntes
oportunistas.
3°) Por falta de um trabalho de organização de base
prévio e cotidiano (pois alguns só aparecem em cena mesmo em épocas de eleição
para DCE) o tom da primeira reunião que fundou o comitê era de total submissão
à “opinião pública”, era como se estivessem pisando em ovos. Não se propunham
com tal luta modificar a consciência geral dos estudantes, não se propunha
vincular suas reivindicações imediatas às reivindicações gerais e políticas.
Pois é de conhecimento de todos que boa parte das forças políticas ali
presentes desconhecem o “estado de ânimo” e o cotidiano das massas estudantis,
pois não estão vinculados a elas em suas lutas mais imediatas desde a base;
4º) Como já havíamos denunciado em outros momentos,
em especial na edição nº27 d'O Germinal, a dita “unidade de esquerda” proposta
pela ANEL/Pstu, através de grandes acordos de cúpulas, onde cada corrente exige
sua “logo-marca” em cada passo dado pelo comitê (sendo esta fonte de diversas picuinhas, não deixando
para trás as piores tradições do parlamentarismo). Não tenhamos memória curta!
Não é por que a UNE virou “oposição” ao DCE que devemos esquecer a sua péssima
passagem pelo DCE (2008-2009 e 2009-2010), afinal de contas, não só as
assembleias gerais eram também boicotadas naquela gestão, como o discurso
contra a “quadradice das assembleias” e os “métodos antiquados” (leia-se os
métodos combativos e de massas) ganharam corpo nessa gestão, e como tal
cimentaram as bases para a vitória da direita “almofadinha” (Aliança pela
Liberdade) em 2011. A dubiedade (“centrismo”) frente ao papel das fundações
privadas, frente a ação repressiva da polícia no campus, frente aos conselhos
burocráticos da universidade (Consuni, Cad e Cepe), são algumas das marcas da
gestão do PT no DCE (e na Reitoria), que desarmaram politicamente os estudantes
frente a direita neoliberal. Portanto, tal “unidade de esquerda” proposta pela
ANEL/Pstu com os notórios oportunistas da UNE/PT não representa a unidade
necessária e combativa do Movimento Estudantil;
5°) Enfim, não participarem de dito comitê pois
significa na prática a negação da necessária auto-crítica do último período, em
troca dos mesmos resultados pragmáticos e oportunistas (resultados que no plano
imediato geram uma ilusão/aparência de avanço, mas logo deslancha em derrotas)
que são precisamente a causa da crise que vivemos na UnB. Não queremos nos
eximir de críticas e auto-críticas, porém, não compactuaremos com a construção
de novas derrotas, em responsabilidade com a luta do movimento estudantil.
Viemos por meio desta declaração gerar o debate crítico que não há nesses
espaços “consensuais” e convocar os estudantes a lutar contra essa concepção de
Universidade elitista e clientelista em curso na UnB (via DCE, Reitoria e
ADUnB), porém, mais do que nunca isso só será possível pela reorganização
classista e combativa do Movimento Estudantil na retomada efetiva dos métodos
de trabalho de base.
POR UM FÓRUM DE CA'S E ESTUDANTES INDEPENDENTES!
POR UM CONGRESSO ESTUDANTIL DA UNB!
ABAIXO O CONSELHO DIRETOR DA FUB!
CONSTRUIR UMA UNIVERSIDADE POPULAR
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