sexta-feira, 17 de abril de 2009

O GERMINAL

Abril de 2009, Boletim # 8

2009 será um ano difícil para os estudantes proletários da UNB, os primeiros fatos estão a mostra para todos verem como as salas lotadas, materiais custosos, falta de professores, desemprego, dentre diversos outros problemas que se colocam na realidade do estudante.Desde já saudamos os camaradas e os convocamos a que se unam a nossa trincheira de combate a esta realidade que engloba pontos mais profundos que só poderá ser transformada através da aliança com os trabalhadores e da luta combativa contra os empresários e o governo.


Ocupe a UNB: o discurso vazio dos reformistas e avanço do neoliberalismo na UnB.


Através de uma propaganda intensa da reitoria e do apoio aberto de partidos reformistas como PT e PSOL ou a crítica envergonhada do PSTU, mais do que nunca neste semestre procura-se estabelecer um consenso de que a UNB agora seria mais democrática e “engajada”, obscurecendo e suprimindo a autocrítica necessária para o avanço do movimento estudantil classista e combativo.

O lema “Ocupe a UNB” foi usado para a saída da reitoria e enfraquecimento da luta que representou à traição e a capitulação das urgentes pautas de luta dos estudantes, relegadas com o fim da ocupação. Assim o PSTU e o PSOL com sua política de formação de frente com os setores da UNE, capitulou em um momento histórico para luta dos estudantes da UNB, onde nas assembléias as críticas ao REUNI e as Fundações foram amenizadas e colocadas em segundo plano com a proposta de utilizar outros métodos de luta fora da ocupação, o que na prática serviu para desmobilizar os estudantes e seguir a unidade com os governistas da UNE.


O saldo desta política foi o fortalecimento do governismo com a conquista de uma paridade ineficiente que culminou na eleição do reitor governista José Geraldo-PT, (apoiado inclusive pelo PSOL e Instinto Coletivo) que alicerçado com o Governo Lula dará continuidade a implementação da reestruturação produtiva no campo da universidade com o REUNI que tem como meta a expansão sem qualidade visando a criação de mão de obra barata e técnica, (vide a mobilização dos estudantes da Ceilândia por melhores instalações e o caráter dos cursos oferecidos), que conjuntamente com projeto das Fundações de Direito Privado aliados aos empresários, intermediam verbas públicas e buscam se apropriar dos setores de pesquisa pública para lucro privado.


O novo contrato assinado entre a UNB e a empresa União Química, é um exemplo disso, onde a universidade pública desenvolveu uma tecnologia de Insulina mas que agora pertence a uma empresa privada que lucra 98% com o rendimento total. Assim, o estudante proletário não pode se deixar enganar pela ladainha de regulação das fundações “proposta defendida pela UNE na ocupação”, pois esta apenas visa dar um caráter legalista, ou moralizador a uma proposta que no fundo privatiza a universidade mesmo que legalmente.


Nosso objetivo deve ser, enquanto estudantes que pertencem ao povo trabalhador, combater a universidade elitista, seja no acesso com a defesa do fim do vestibular, contratação de mais professores, construção de novos campus e assistência estudantil , assim como no objetivo, com o fim das fundações, com a aliança da universidade com as entidades de luta e organização dos trabalhadores.


O Congresso Estatuinte:


O quadro que se dá o debate do Congresso Estatuinte é específico e sintomático, representa o desdobramento da proposta reformista após o fim da ocupação, de negação da luta econômica através da ação direta e o privilegiamento de espaços políticos e de processos graduais que supostamente “modificariam” a UNB. Após a traição da ocupação e de todo o potencial transformador que esta poderia ter, o movimento estudantil encontra-se completamente desmobilizado, um exemplo foi o debate sobre a Estatuinte chamado no início das aulas que estava completamente esvaziado , ou seja, a dita tese de construir o movimento estudantil fora dos métodos de ação direta e da ocupação na verdade significam a paralisia e a própria derrota.


Por isso o congresso estatuinte já surge enfraquecido e dominado pela burocracia universitária e estudantil, a estratégia do movimento estudantil para vencer deve voltar a pautar a luta direta dos estudantes por suas demandas concretas como a assistência estudantil, passe livre, revogação do REUNI, fim das fundações etc, para a partir desta luta pautarmos o voto universal e a dissolução do CONSUNI.


Eleições para o DCE na UNB:


A eleição para o DCE e a disputa ideológica e estratégica que perpassa este processo é importante para a construção de um movimento estudantil classista e combativo. Mas mais do nunca é necessária também a rearticulação do movimento estudantil a partir das bases dos C.As e dos movimentos de área dos cursos que se encontram esquecidos ou paralisados pelas burocracias de grupos de amigos pequeno-burgueses ou partidos reformistas, por isso é preciso reformular a política destes espaços que aponte para a construção de um novo movimento estudantil politizado e de luta, combatendo a droguerização destes espaços e defendendo uma linha de combate ao governismo e o neoliberalismo através da luta direta e organizada dos estudantes.


Fazendo uma análise das chapas ao DCE, de seus programas se é que possuem e de suas ações passadas, podemos concluir que a burocracia e a conciliação inevitavelmente serão a face da nova/velha gestão. A chapa 1(apenas começamos) visa dar continuidade a política para-governista de aliança do PSTU, esquerda da UNE(PSOL) e Instinto Coletivo, representando sua contradição inerente, que enquanto se critica o REUNI e as Fundações em seus textos, estão junto a FOE e IC que apoiaram José Geraldo- reitor que aplica este mesmo projeto neoliberal. A Chapa 2(Uni. Na diversidade) e a Chapa 3 (pra fazer diferente) são um grande balaio de gato mas que no fim refletem a velha burocracia UJS/PC do B e PT respectivamente, que criticam a gestão situação de forma oportunista visando apenas a subida deles próprios na gestão. A reacionária chapa 4 (aliança para liberdade) surgida de um racha da UEI, representa a direita e o setor mais atrasado do movimento estudantil. Por fim a Chapa 5 (Oposição a Burocracia), não consegue propor um programa claro de luta contra a burocratização do movimento estudantil. A chapa é influenciada e apoiada diretamente pelo PCO o qual defende a permanência da UNE o que caracteriza uma diferença estratégica inconciliável para a luta contra o governismo. (Obs: foi protestado junto à Oposição CCI crítica por caracterizar a chapa como sendo do PCO por esta não ter membros organicamente filiados, por isso o texto sofreu alteração. Agora vale lembrar que a caracterização de críticas às demais chapas feita pela chapa 5 foi justamente os respectivos partidos que hegemonizavam/influenciavam as mesmas.)


Rearticular a Base, por C.As Democráticos e Combativos!

Combater a educação neoliberal! Nenhuma ilusão nas chapas oportunistas e pelegas!


Solidariedade aos trabalhadores terceirizados


A Oposição CCI por meio desta nota convoca todos os estudantes do povo a defenderem a mobilização e a luta dos trabalhadores terceirizados da UNB. Esta categoria a qual literalmente constrói a universidade, vem passando a mais um ataque dos patrões, a empresa contratada ZL não pagou os direitos completos aos trabalhadores como o vale alimentação, vale transporte e insalubridade, além do mais estes também sofrem com o desvio de função, pois são contratados para um serviço de limpeza e recebem menos por isso, mas na realidade realizam o trabalho em construção e obra, tarefa esta que teoricamente deveria ser melhor remunerada, ou seja, as empresas e a reitoria petista se aproveitam da precarização do trabalho para enganar e explorar mais os trabalhadores.


Frente a isso nós estudantes temos ter um posicionamento classista e apoiar a luta destes trabalhadores seja suas greve e manifestações, já os trabalhadores da UNB sejam terceirizados ou do quadro efetivo, devem superar o divisionismo e se organizar em único sindicato, o SINTFUB. Ao mesmo tempo construindo uma oposição sindical a direção pelega da CUT, mobilizando a categoria para a luta pela ação direta e avanço nas conquistas como o aumento salarial, o cumprimento dos direitos e a contratação de todos os terceirizados no quadro efetivo.


Trabalhador e Estudante, Unidos e Avante!

Viva a Greve dos Terceirizados!

Junte-se a Oposição CCI!

Construir a Universidade Popular! Pelo fim do vestibular elitista!



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