quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Eleições no Centro Acadêmico de Sociologia: Programa

Apóie a Chapa 1: LutaSociais!

Lutar para Estudar, Estudar para Lutar!

Em defesa do Classismo e da Combatividade para as Lutas Estudantis!

"Em nossa época, o cientista precisa tomar consciência da utilidade social e do destino prático reservado a suas descobertas" Florestan Fernandes

Introdução:

Como cientistas sociais, precisamos saber em que realidade estamos inseridos. Em época de crise econômica mundial, nos encontramos em uma universidade pública de um subdesenvolvido Brasil capitalista que desde o início dos anos 90 vem seguindo a cartilha Neoliberal, modelo das burguesias nacionais e internacionais, que hoje tem prosseguimento em sua face mais audaz e populista materializada no Governo Lula.

Entendemos que as mazelas de nosso povo, os trabalhadores, estão colocadas todos os dias no embate camuflado da luta de classes. O crescimento das favelas, onde 50% da população brasileira vivem sem saneamento básico, a precarização do trabalho, os massacres diários realizados pela polícia que matam dia-a-dia os filhos do povo, a decadência do ensino público médio, nosso sistema carcerário que só condena os pobres, o estado burguês atolado em sua corrupção intrínseca e por fim, nas universidades, temos 75% dos estudantes na iniciativa privada (fato reforçado pelo PROUNI), e nas públicas vemos o giro da regulamentação mercadológica com a proliferação das fundações de direito privado, as empresas Junior, etc.

Ao contrário do que se poderia imaginar, temos estudantes dispersos e desorganizados. Na análise de nossa Chapa, este processo se dá por conta de 2 motivos: 1º) A hegemonia governista(PT e seus satélites) no Movimento Estudantil, que é responsável por levar as lutas dos estudantes para os escritórios, para as intermediações parlamentares, para o atrelamento político e financeiro com o Governo Federal e os empresários(como é o caso da UNE e a UBES), matando o dinamismo da luta e o acúmulo de forças necessário dos estudantes para impor suas pautas através da ação direta; 2º) A hegemonia ideológica burguesa do pacto de classes realizado pelo governo populista/mídia e na universidade as ideologias pós-modernas que se revelam verdadeiros ovos de serpente , imobilizando os estudantes (pelo ultra-relativismo e a despolitização), assim como, coroando as “lutas” cidadãs/ecológicas como única saída, negando a luta de classes, demonstram sua mais disfarçada e podre adesão a ordem burguesa.

Por isso a Chapa 1: LutaSociais, ligada a Oposição CCI ao DCE, se propõe a mudar esta realidade do curso de Ciências Sociais da UnB, buscando demonstrar que só através de nossa luta coletiva conseguiremos conquistar desde as pautas mais imediatas como contratação de professores até as mais estratégicas como o fim das fundações privadas.

Para tal tarefa nós apresentamos o seguinte programa:

1. No Movimento Estudantil:

1.1)Negar a UNE e o Governismo!

A UNE é hoje o que existe de mais podre no movimento estudantil. A UJS/PC do B além de dominar burocraticamente e corruptamente a entidade desde 1992 é base de apoio do Governo Lula, seguindo covardemente sua cartilha das reformas neoliberais. Em matéria do jornal “estado de são Paulo” vemos o motivo: “Desde 2004, a UNE já recebeu R$ 10 milhões da União. Desses recursos, R$ 7 milhões foram repassados somente nos últimos 14 meses. O 51º Congresso da entidade, que começou ontem em Brasília, foi organizado com o apoio de sete ministérios, além de instituições como a Caixa Econômica Federal, Correios, o Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) e a Petrobrás. Um projeto de lei que tramita no Congresso ainda vai liberar recursos federais para financiar a reconstrução da sede da entidade no Rio de Janeiro.” A UNE tem rabo preso e é inimiga dos estudantes. Precisa ser combatida!

1.2)Construir um Movimento Combativo Nacional de Estudantes de Ciências Sociais:

É necessário que o CASO saia do isolamento local e se articule em um movimento combativo nacional de estudantes de ciências sociais. O ENECS não pode ser um espaço amorfo e burocratizado para quem tem grana tirar férias, deve ser ao contrário uma ferramenta de discussão sobre as teses das ciências sociais e articulação da luta dos estudantes. Por isso defendemos a) A realização de um congresso de base nacional, com delegados eleitos em assembléia, para reestruturarmos nossa organização; b) A articulação de um movimento de oposição de CS que tenha um programa classista e combativo e capacidade de organizar e combater a burocracia no movimento.

1.3)Construir a Rede Estudantil Classista e Combativa(RECC) :

Defendemos que o CASO seja filiado a RECC. Durante o CNE foi organizada paralelamente a plenária do Movimento Estudantil Classista e Combativo por delegados e observadores, deliberando a criação de uma Rede Estudantil Classista e Combativa para unificar as lutas de base do M.E e como objetivo a reorganização do movimento estudantil combativo a nível nacional, através da construção de oposições a DCE’s, enraizamento através de coletivos de cursos, que seja independente da UNE e do Governo, portanto, lutando pela pautas dos estudantes e tendo como estratégia privilegiada a Ação Direta, defendendo que as ocupações de reitoria e a unidade com os trabalhadores (como na USP) com greve geral na educação, são exemplos a serem seguidos no Brasil inteiro.

1.4) Por que não estamos na Chapa 2 “Caso Contigo”:

Sabemos que existem estudantes sinceros nesta chapa e que tivemos um processo atropelado para eleições de CA. Mas isso não elimina nossas críticas: A chapa 2 é um exemplo de como se dá a construção aparatista e frentista dos setores da ANEL/PSTU, que se declaram oposição, mas organizam uma chapa sem um programa anti-governista definido e inclusive compõe aliança com importante membro do DCE da UNB/UNE/PT. O que demonstra mais uma vez a incapacidade política dos paragovernistas do PSTU de reorganizarem o movimento estudantil.

2 - Pautas de Luta que defendemos:

1. Assistência estudantil (moradia, bandejão, transporte, creches, ampliação das bolsas equiparadas ao salário mínimo)

2. Revogação do REUNI! Por uma expansão de qualidade!

3. Nem ENEM, nem Vestibular! Livre acesso já! Trabalhadores na UNB!

4. Concursos públicos para professores e funcionários, ambos efetivos, e com incorporação dos terceirizados com isonomia de salários e direitos!

5. Voto universal em todas as instâncias! Pela dissolução dos Conselhos Universitários e formação de Conselhos Comunitários!

6. Fim dos cursos pagos e das Fundações de Direito Privado!

7. Solidariedade às lutas populares!

2.1) Por que a Revogação do REUNI?

Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), instituído pelo Decreto nº 6.096/2007(Lula) , flexibiliza o ensino, quebra a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, oferece um bacharelado que se assemelha a uma graduação minimalista de três anos, cujo diploma será apenas um certificado generalista, e propõe um novo processo seletivo no fim do terceiro ano do bacharelado para os cursos profissionais. Ele estabelece, como meta, um índice de 90% de conclusão dos cursos e determina a duplicação da relação professor–aluno dos atuais 1/9 para 1/18. Para pôr tudo isso em prática, o governo editou a Portaria Interministerial nº 22/07, que cria o Banco de Professores Equivalentes, o que, segundo avaliação dos professores, vai flexibilizar as relações de trabalho na universidade pública dimuir o número de concursos, diminuir o regime de dedicação exclusiva, e, conseqüentemente, reduzir as atividades de pesquisa. (Retirado do site do ANDES-SN)

2.2)O fim das Fundações é Possível e Necessário:

As Fundações de Direito Privado (FDP), são regidas pela lei 8.958/94 (Itamar Franco) e foram regulamentadas pelo decreto 5.204/04(Lula) , sendo o modelo de “financiamento apoiado” ou privatização consentida, que garantiu as fundações assumirem compromisso da própria universidade, a ponto de gerirem dinheiro público (em razão disso cobram taxa de gestão) e de assumirem funções do poder público, como contratação de servidores. Dados do Dossiê Nacional sobre as Fundações do ANDES-SN demonstram que as FDP são quem depende da Universidade e não ao contrário, sendo que a principal captação de verbas são públicas ou da própria comunidade através de cursos pagos. Assim as FDP são entidades parasitas e corruptas (vide caso Thimoty/Finatec/ Funsaude e vários outros Brasil a fora) por isso seu fim é desejável e necessário, portanto, é necessário que todas as verbas sejam geridas por fundação pública sob controle dos estudantes, professores e funcionários, e uma luta para o aumento das verbas que não sejam para banqueiros ou parlamentares.

3- Alimento para a carcaça e o cérebro:

3.1) Criar um cine-clube no CASO para promover entretenimento e a politização dos estudantes.

3.2) Realização de debates/palestras relacionadas a temas da Universidade/ Ciências Sociais, ao Movimento Estudantil etc.

3.3) Utilização do espaço físico do CASO para realização de eventos musicais e de grafite/muralismo.

3.4)Reativação do Blog e a criação de um boletim do CASO.

3.5) Não ao C.A festivo e despolitizado, pela utilização saudável e compromissada do espaço do CA.

4- Pelo fim das Empresas Júnior! Não a SOCIUS, Sim a Consultoria Popular!

4.1) Entendemos que as empresas júnior (EJ) tem um claro caráter de adequação dos Cursos a uma lógica mercadológica e empresarial. Na verdade tende a colocar a EJ como o espaço sério e o C.A o espaço da porra louquice. Precisamos romper com essa visão.

4.2) As empresas Júnior, nasceram na França com o objetivo de arrecadar tanto quanto um empresa normal, é o que diz Marcos Dias Rego, presidente da Rede Brasil Júnior, com o objetivo de criar microempresas e promover a competitividade mercadológica, angariando os mais aptos.

4.3) Por isso, somos a favor da inversão da lógica, e pela criação de uma Consultoria Popular, voltadas a movimento populares e sindicais, com o claro objetivo de uma defesa ideológica dos trabalhadores.

5- Luta de etnias e de gênero!

5.1)Acreditamos que tanto a luta de gênero (mulheres e homosexuais) como a das maiorias étnicas (indígenas e negros) devem estar submetidas a um corte de classe, pois só os membros da classe trabalhadora levarão a luta pela emancipação até as últimas conseqüências.

5.2)Pelo direito de escolha da mulher ao aborto.

6-Departamento de Ciências Sociais!

6.1) Não temos ilusão quanto a estrutura departamental, que hoje é burocratizada e antidemocrática, no qual fornecesse apenas uma cadeira para os estudantes.

6.2) Acreditamos que o central é fortalecer os espaços do movimento estudantil, os CAs, as assembléias, os cebs etc.

6.3) Mas nos propormos a não aceitar de cabeça baixa e defender através da pressão e dos espaços cabíveis o posicionamento dos estudantes de CS.

7 – Travar um debate ideológico na CS:

7.1) Nossa chapa tem o entendimento da necessidade de travar um debate ideológico dentro do curso, através recursos informativos, de resgate da sociologia ligada ao pensamento socialista.

7.2) Autores como Mikhail Bakunin, Karl Marx, e o sociólogo brasileiro Florestan Fernandes dentre outros, são definitivamente teóricos críticos da sociedade capitalista e da revolução proletária que merecem espaço de destaque pelo papel determinado que contribuíram para a luta dos explorados e compreensão sociológica da realidade.

8-Organização da Diretoria:

Três Coordenações: 1) Organização/Coordenação Geral (Ariel), 2) Finanças e Estrutura (Vesna), 3) Propaganda /Eventos (Samuel).

“Ou os estudantes se identificam com o destino de seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso serão aliados daqueles que exploram o povo.” FF


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Contato: estudantes_classistas@yahoo.com.br



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