sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O GERMINAL nº30 - Por um Levante Popular na UnB!

O GERMINAL
Boletim da Oposição Estudantil C.C.I.
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Ano VI - Edição Nº 30 - Agosto de 2013 - Desde 2007 na luta pela Universidade Popular


[Leia a edição em pdf AQUI]

POR UM VERDADEIRO LEVANTE POPULAR NA UNB! A REITORIA NÃO PISARÁ MAIS EM NOSSOS DIREITOS!



     Começamos mais um semestre. Saudamos os novos estudantes da universidade, sabemos o quanto é difícil para os que estudaram em escolas públicas (precarizadas, sem professores etc.) furar o bloqueio elitista que é o vestibular, PAS ou ENEM. Saudamos também os estudantes pobres e trabalhadores que continuam na luta diária pela permanência na universidade e pela sobrevivência, apesar de todas as dificuldades que a Reitoria e que a própria sociedade capitalista nos impõe.
     Muitos dos que agora leem este boletim participaram das "Jornadas de Junho", das manifestações nas ruas, dos confrontos com a polícia, das conversas e debates públicos. Não podemos nos esquecer dessas lutas. Os estudantes, os estagiários, os trabalhadores precarizados foram a grande massa nas ruas. As lutas romperam com os velhos métodos oportunistas de manifestação (as marchas pacifistas da UNE e da CUT, por exemplo), e melhor, demonstraram que é possível vencer, sem o apoio de partidos eleitoreiros ou conchavos com o governo. Nesse momento, a UnB passa por uma série de ataques autoritários e privatistas por parte da REItoria... é necessário seguir o caminho que aprendemos nas "Jornadas de Junho"!



A verdadeira face autoritária e privatista da REItoria


     A atual gestão da REItoria, sob o comando de Ivan Camargo, que venceu sob o discurso de "eficiência e qualidade", desde o início de seu mandato (no 2º/2012) vem demonstrando sua verdadeira face: o autoritarismo e a privatização. Essa política, apesar de ser geral na universidade, vem atingindo brutal e especialmente os estudantes pobres e os trabalhadores terceirizados. Apontaremos aqui alguns dos problemas:

     1) Assistência Estudantil - moradia, alimentação, permanência, saúde: Há uma enorme demanda reprimida por Assistência Estudantil (moradia, bolsa-permanência etc.), que provavelmente aumentará com as cotas sociais. A Reitoria, no entanto, caminha na contramão do atendimento desta demanda, sob o falso discurso de "reduzir gastos". Durante estas férias, estudantes foram expulsos de seus apartamentos alugados pela Reitoria e praticamente empurrados ao recebimento da Bolsa Pecúnia no irrisório valor de R$ 510, impróprio à uma locação em Brasília. Os apartamentos em questão substituem temporariamente a Casa do Estudantes (CEU), que está em reforma, e cujos prazos de entrega não estão sendo honrados. Além disso, registra-se casos de não atendimento de moradia provisória aos recém ingressos, além de atrasos nos pagamentos das bolsas frutos de erros burocráticos e/ou ações políticas propositais da DDS (Diretoria de Desenvolvimento Social). Diante desses conflitos imediatos, e da Reitoria se demonstrando vem cada vez mais autoritária, os estudantes ocuparam legitimamente a sala BT 260 (ICC Central). Se a Reitoria é incapaz de gerir a demanda por moradia, os estudantes é que devem fazê-lo. Queremos o atendimento de 100% da demanda por moradia e permanência!

     2) Privatização do Restaurante Universitário: A REItoria pretende privatizar o RU "concedendo" sua gestão para uma empresa lucrar com o nosso direito de alimentação. Para tentar calar as "vozes dissidentes", a refeição dos estudantes pobres será gratuita, no entanto, o valor para os visitantes aumentará 100% (todos os visitantes e os próprios terceirizados terão que pagar 10 reais!). Tal "concessão", segundo últimos informes, mais que triplicaria os custos da Reitoria com o RU, indo de algo perto de 8 milhões por ano para 30 milhões (onde está a eficiência nos custos?). Sabemos que a lógica mercadológica pode oferecer benesses imediatas e focalizadas para receber o "apoio dos consumidores", porém, o que está em jogo é a função pública de nosso Restaurante! Sua função, definitivamente, não é obter lucros, mas sim garantir a reprodução material dos estudantes e trabalhadores para que possamos desempenhar nossas atividades manuais e intelectuais. Abaixo a Privatização do RU!

     3) Catracas, câmeras e polícia na UnB: Sob o discurso da "segurança pública" a REItoria (com o apoio do DCE) vem investindo no monitoramento e repressão sobre a comunidade universitária e visitantes. É a política do Vigiar e Punir!Amilitarização não resolve as causas da violência e nem garante mecanicamente segurança no campus. Ao contrário, termina por justificar a exclusão do povo (o perigoso "elemento externo") da universidade, fechando ainda mais suas portas: com catracas, câmeras e polícia. Isso tem refletido também em um cerceamento do espaço dentro da UnB. As novas Regras de (anti)Convivência exigem autorização para tudo: colar cartazes, distribuir panfletos (alguns colegas já foram proibidos de panfletar no RU!), organizar recepção de calouros (seguranças e policiais atrapalharam as recepções na Sociologia e na História!), dentre outros.

     4) Perseguição política e opressão aos terceirizados: Alguns camaradas estão sendo perseguidos por lutarem pelos seus direitos. Um caso exemplar é o do terceirizado Francisco Targino que está sendo acusado de "incitação à paralisação" e cujo processo foi rodado sem o menor direito de defesa! Além disso, os terceirizados sofrem diariamente com o assédio moral, com as ameaças de demissão, com os atrasos de salário, valetransporte etc. O que os terceirizados sofrem na UnB é Ditadura e Escravidão! Os terceirizados necessitam de melhores condições de trabalho, salário e direitos, visando sua inclusão no quadro de trabalhadores efetivos. Devemos unificar a luta dos estudantes aos trabalhadores terceirizados em prol de uma Universidade Popular!

     5) Reativação do Conselho Diretor e a burocracia: Além de tudo isso, o CONSUNI (Conselho Universitário) aprovou a reativação do Conselho Diretor da FUB. Este órgão reúne 6 pessoas eleitas pelo MECe sua função é gerir o patrimônio e aprovar as contas da Universidade. Foi por este órgão por onde passou os esquemas de corrupção do ex-reitor Timothy Mulholland que só caiu após a ocupação da reitoria em 2008, desde então o Conselho Diretor não havia sido reativado.Asua reativação evidencia a prática antidemocrática desta Reitoria, utilizando a prerrogativa de um órgão ainda mais restrito que os já elitistas Conselhos Superiores. Evidencia também que os atuais Conselhos Superiores (CONSUNI,CADe CEPE) são espaços excelentes para a reacionária burocracia universitária fazer suas negociatas e aprovar suas falcatruas com ares "democráticos" - foram eles que aprovaram o próprio Conselho Diretor. Queremos a extinção do Conselho Diretor e também dos Conselhos Superior, em defesa da real democratização da universidade: eleição universal aos cargos executivos e paridade nos Conselhos e Colegiados!

O que a UnB precisa é de um verdadeiro levante popular!


     Nós estudantes e trabalhadores devemos nos organizar e unir nesse momento para construção de uma verdadeira luta "Contra o autoritarismo e a política de privatização da REitoria!". Nossa política organizativa deve ser a de trabalhar em cada curso, aumentando o debate político e a mobilização dos Centros Acadêmicos e criando Coletivos Estudantis nos cursos e, a partir desta base, ampliá-la ao nível universitário. A união para lutar, no entanto, não deve ser uma unidade entre partidos e correntes para disputar os conselhos universitários e demais espaços institucionais, e sim uma unidade para ação e mobilização de massas. Atualmente o movimento estudantil da UnB perdeu e muito seu caráter mobilizador, o que ocorre na maioria das vezes são grupos e partidos disputando posições meramente institucionais, aceitando o jogo da direita e a burocracia (DCE,ADUnB e Reitoria). Até mesmo os CEBs (Conselhos de Entidades de Base, que reúne os CAs) perderam seu caráter de organizar a luta estudantil, como diria o ditado "o que ele decide e o cachorro enterra tem o mesmo valor". Não podemos repetir os mesmos erros, devemos partir para as bases, pensar em métodos que aglutinem e mobilizem os estudantes.

     Para tal tarefa não podemos e nem devemos contar com o apoio do atual DCE direitista (gestão Aliança pela Liberdade). Não podemos cair no falso discurso de que "todo apoio é válido", já que todo ato de vitalidade nasce da negação de uma determinada prática e afirmação de outra. É esta política pragmatista-institucional, hoje muito bem levada a cabo pelo DCE, de manter-se ao lado da burocracia e alimentandoas ilusões nas impossíveis disputas nos Conselhos, que vem desorganizando a base estudantil e enfraquecendo nossa capacidade de resistir e lutar contra estes ataques da REItoria. Nós, ao contrário, devemos afirmar o protagonismo e independência dos estudantes e trabalhadores, mostrando que apenas a força da mobilização de massas manterá antigos e conquistará novos direitos. Por isso, defendemos a construção de um Fórum de Mobilização Independente (formado por estudantes, CA's, trabalhadores, professores, e demais organizações e indivíduos) que cumpra essa função mobilizadora, sem prestar qualquer esclarecimento ao DCE e demais pelegos do Movimento Estudantil.



 ABAIXO O AUTORITARISMO E A POLÍTICA DE PRIVATIZAÇÃO! 
CONSTRUIR UM FÓRUM DE MOBILIZAÇÃO INDEPENDENTE!
POR UMA UNIVERSIDADE POPULAR!

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