segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Avaliação do 35º ENEPe (Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia

 por Coletivo Pedagogia em Luta (filiado à RECC)



Dos dias 12 a 19 de julho de 2015, foi realizado em Curitiba, o 35º ENEPe (Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia), com a temática “20 anos da LDB e aí?! A Democratização do Ensino Público no Brasil”. Nós do Coletivo Pedagogia em Luta, filiado a RECC (Rede Estudantil Classista e Combativa) estivemos presentes por acreditar que os ataques ao ensino público se mostram cada vez mais latentes, a precarização das condições de estudo e do trabalho docente apontam para a necessidade de enfrentamento.

A comissão organizadora do 35° ENEPe, tinha em sua composição grupos como o Levante Popular da Juventude (LPJ), União da Juventude Socialista (UJS – PcdoB), correntes que compõe a União Nacional dos Estudantes – UNE, uma entidade que recebe dinheiro do governo, portanto estando atrelada a ele, claramente, não representa os nossos interesses. Tal entidade tem cumprido o papel de travar as lutas estudantis através da defesa de projetos como PROUNI, PRONATEC, FIES, que injetam dinheiro no setor privado da educação em detrimento ao acesso à uma educação pública de qualidade pelos estudantes da classe trabalhadora.

Os militantes de tais correntes (LPJ/UJS) provocaram inúmeros entraves ao encontro, desde o início de sua construção, nas reuniões online, até os dias que seguiram o evento. Nas reuniões online que se antecederam ao evento os militantes destas correntes se impuseram quanto mediadores das reuniões, pois diziam que só havia legitimidade se eles que eram CO mediassem, no entanto, o que acontecia era desrespeito à fala dos companheiros que se colocavam contrário à linha política do governismo, chegando ao cumulo de abrirem chats individuais com aqueles que discordavam de sua política na tentativa de constrange-los para que não discordassem da C.O.

A tentativa de despolitização do encontro por parte da UNE ficou ainda mais evidente durante o decorrer do evento, quando a mesma CO fez uma programação que tinha como principal foco não o debate, mas o esvaziamento dos espaços, sendo realizadas, apenas 3 mesas, durante todo o evento, numa clara tentativa de despolitização, tornando visível para o andamento do encontro práticas como o coleguismo.

No entanto, o ENEPe tem em seu histórico o símbolo da resistência e da combatividade, sendo um dos encontros de área mais politizados e que reafirma há mais de 10 anos seu rompimento com a falida União Nacional do Estudantes (UNE). Os Estudantes de Pedagogia, nacionalmente, se colocam contra a essa entidade que só fere os direitos estudantis e que em seu cerne reproduz a lógica partidária, legitimando o governo daqueles que facultam os cortes de verbas na educação, nos direitos sociais e afins.

E foi nesse sentido que os estudantes na vontade de construir um encontro por fora do governismo, cansados de tantos golpes realizados pela CO, "tomou as rédeas" do encontro, através do Campo de Luta, que agrega estudantes independentes, grupos políticos combativos, executivas estaduais, na garantia de um encontro minimanete organizado. Foi através de inúmeros entraves políticos, que conseguimos, junto ao Campo de Luta, garantir o ato do 35º ENEPE, que ocorreu nos dos símbolos históricos de Curitiba, a praça "Boca Maldita". Por não corroborar com a política governista e antipovo da CO, nós e todos que compunham o Campo de Luta fomos vítimas da mais baixa retaliação do governismo, ficamos sem jantar. No entanto, o movimento real de pedagogia não se calou e realizou intervenções na frente do RU, forçando com que a CO garantissem o jantar.

Inúmeras e incansáveis assembleias foram realizadas, a presença massiva dos estudantes deixava claro que as manobras utilizadas pela CO não dialogavam com os estudantes. Falta de comida, estrutura mínima para a realização de oficinas, apresentação de trabalhos e grupos de discussões não foram garantidos pela CO, mas sim pela base, pelo Campo de Luta e grupos que acreditam num novo MEPe.

Numa incansável tentativa de criminalização dos movimentos sociais, LPJ e UJS, reproduzindo a lógica de seus partidos, tentam argumentar pela retirada de bandeiras de grupos combativos do encontro, além de atuarem com os grupos organizados e aqueles que se aproximavam através de ameaças, coações e afins. Ficando tais práticas, ainda mais, visíveis na Plenária Final, onde "capangas?' da UNE (UJS/LPJ), durante as votações de sedes dos próximos encontros, tentavam intimidar aqueles que chegavam para contrargumentar as propostas da UNE.

Mas, a despeito da tentativa nefasta do governismo, o Movimento Estudantil de Pedagogia, classista e combativo, reafirmou o seu rompimento com a UNE, reiterando a defesa de uma Educação Pública, Gratuita e de Qualidade que esteja a serviço do povo, tirando como bandeira de lutas do MEPe: Abaixo ao PNE Neoliberal, pela valorização da profissão do Pedagogo e a construção da greve geral para barrar a precarização da educação. O 35º ENEPe, motivado por uma acumulo de discussões dos Fóruns de Entidades de Bases, dos Encontros Estaduais, puxa a bandeira de luta: CONSTRUIR A GREVE GERAL. CONTRA OS ATAQUES DA PÁTRIA EDUCADORA: GREVE GERAL É A SOLUÇÃO.

Nós do CPL convocamos a todos a continuarmos a construir um MEPe combativo, independente, classista, que rompa com o velho movimento estudantil e que não dá margem para que o oportunismo atrelado ao governo ganhe voz.

ABAIXO A UNE GOVERNISTA, OFICIAL, PELEGA E REFORMISTA!
CONSTRUIR A GREVE GERAL!
LUTAR PARA ESTUDAR, ESTUDAR PARA LUTAR!
A PEDAGOGIA É SENSACIONAL, PUXANDO A GREVE, GREVE GERAL!

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