segunda-feira, 25 de abril de 2011

O GERMINAL - Nº 21, Abril de 2011


A UnB por água abaixo
Tragédia anunciada e corte orçamentário

Se por um lado a chuva que caiu foi realmente forte, do outro não se pode argumentar que os danos causados na UnB foram culpa do acaso natural e que não poderiam ser evitados, uma vez que as universidade públicas são vítima de anos de políticas de precarização e privatização, que não prevêem manutenção da estrutura dos prédios, que expandem os cursos e as vagas sem garantia de nenhuma qualidade da educação, buscando apenas a formação de semi-técnicos para o mercado de trabalho, voltado inteiramente para os interesses das empresas e dos grandes capitalistas. Não se pode dizer que foi simplesmente um problema que “caiu do céu”, pois quem nunca viu o ceubinho ou as salas alagarem em qualquer chuvinha, bicas jorrando, canos furados nas paredes do ICC, etc. Se realmente existe um culpado, esse culpado é o Governo do PT (Lula-Dilma) e a reitoria governista que aplica diretamente a política neoliberal deste governo dentro da UnB.

Desde o seu início, a Oposição Combativa Classista e Independente aponta a importância da luta contra a reforma universitária neoliberal (REUNI, PROUNI, etc). Essa reforma que visa ampliar a universidade sem contrabalancear com a ampliação, na mesma proprorção, da estrutura universitária, já mostram seus impactos, após anos de implementação. Assistimos as péssimas condições de ensino, pesquisa e trabalho, além da privatização da gestão e do financiamento das Universidades públicas. Essa privatização, não garante uma real “democratização” ou “inclusão social” tanto pelo seu conteúdo quanto pela sua forma.

Na UnB, os estudantes e trabalhadores já sentem na pele a diminuição na qualidade da vida universitária. O REUNI (com prazo até 2012) já vai para a reta final e deixa seus danos: superlotação (déficit de salas, linhas de ônibus, filas e bolsas), superexploração do trabalho (terceirização, flexibilização do contrato docente), criação de cursos sem estrutura (Gama ainda espera seu campi), além da privatização através dos convênios e fundações privadas.
Por isso achamos que os estudantes-proletários devem atacar o mal pela raiz. A precarização tem uma causa (as políticas neoliberais) e seus defensores (os governistas). O evento da chuva evidencia a precarização da UnB, e esta não será contornada apenas com verbas emergenciais, porque é um problema estrutural e nacional da educação pública.

O atual corte de 50 bilhões do orçamento público terá suas consequências na educação e na UnB. Aproximadamente 3 bilhões serão cortados esse ano da educação, e mais 13 milhões só na UnB. A situação que era ruim pode piorar. Um exemplo são as bolsas permanência, já que a Reitoria, orientada pelo corte na educação, reduzirá 2/3 das bolsa, ou seja, serão disponibilizadas esse semestre apenas 500 bolsas pemanência! Em um momento onde o número de alunos por curso e a relação aluno/professor estão aumentando, com a “criação” novos campi (sic), ao invés da universidade garantir as bolsas para que os estudantes possam estudar, a Reitoria irá cortar 1000 bolsas!

Nesta conjuntura, a direção governista do DCE representa uma barreira para a luta estudantil na UnB. Analisando de forma crítica e honesta três protestos recentes feitos pelo movimento estudantil (A manifestação dos estudantes do Gama e da Ceilandia na reitoria, no dia 25/03; A manifestação dos mesmos estudantes no Buriti, no dia 01/04; e a manifestação contra os cortes na educação na esplanada, no dia 13/04) podemos abstrair as seguintes lições: 1°) O parlamentarismo estudantil, representado pelo DCE/PT e seus apêndices de esquerda (PSOL e PSTU) tratou de desmobilizar todos estes processos de luta formando “mesas de enrolação” com parlamentares e ministros; 2°) Que sem um meio concreto de pressão, conquistado através da ação direta (ocupação de órgãos públicos, greve, fechamento de ruas) nossas reivindicações mais importantes serão derrotadas; 3º) Que o método da ação direta não é só um meio eficaz para se resistir aos ataques neoliberais do Governo, mas fundamental para avançar em nossas reivindicações e lutas, na medida em que desenvolve o protagonismo das massas estudantis, fortalecendo a democracia de base e sua força coletiva. É importante que tenhamos claro que os métodos burocráticos do parlamentarismo estudantil (PT, PSOL e PSTU) conduziu até então as massivas mobilizações estudantis a atomização e a derrotas. Se na verborragia defendem (via twiter) um genérico “salve a unb”, na prática impedem ação combativa e massificada dos estudantes.

Por isso a Oposição CCI defende que a luta deve se guiar por reivindicações que expressem a unificação das reivindicações dos campi, ou seja, das demandas estudantis-proletárias em aliança com professores e técnico-administrativo: 1) Assistência estudantil: Abaixo o corte das bolsas permanência, Reforma na casa do estudante com garantia de direitos dignos, redução de preço do RU, aumento das linhas de ônibus, espaços dignos para a organização estudantil/CA; 2) Abaixo a precarização das condições de estudo: abaixo a superlotação de salas de aula, reforma e ampliação da estrutura universitária, conclusão das obras dos novos campi; 3) Contra a Privatização da UnB e Super-exploração do Trabalho: Contratação imediata de professores com dedicação exclusiva, incorporação dos terceirizados ao quadro efetivo sem concurso público, pelo fim das fundações privadas.

Construir a greve geral!
Abaixo o corte orçamentário do Governo Dilma/PT!

Fora Reitoria e DCE governistas!
Una-se a Oposição CCI!

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