segunda-feira, 2 de junho de 2008

Percalços da luta contra o REUNI na UNB*


(Retirado do boletim nº 3 , de dezembro de 2007.)*

Recentemente, no jornal de vinculação à reitoria da UNB intitulado “UNB notícias” o Reitor Timothy Mulholland manifesta com alegria a “conquista da expansão”. A inverdade é contrastada pelo irrealismo otimista por um lado e por uma grande falácia de outro: trata-se de um decreto do governo Lula vinculado às crescentes medidas neoliberais.

O REUNI , decreto nº 6096/07, tem encontrado a resistência em diversas universidades federais no país por conta de seu caráter anti-popular. Na universidade de Brasília, porém, nem mesmo isso tem se dado, a luta encontra seu entrave diante dos diversos partidos reformistas presentes no movimento estudantil. Dentre eles as frações mais claramente governistas (os já conhecidos UJS/PCdoB e PT) e também os setores para-governistas ( como PSTU e PSOL).



Após alardear aos quatro ventos que quem não apoiava a chapa 2 (atual direção do DCE da UNB) estaria “traindo a luta contra o REUNI” (sic) os partidos reformistas demonstram: 1) como não se faz a luta contra as reformas neoliberais; 2) que toda os motes de ordem contra o REUNI advindos de tais forças políticas não passam de mera fraseologia oca. Composta atualmente pela chapa recém vencedora “Nada será como antes” ( CONLUTE/PSTU, FOE-UNE/PSOL e independentes) ainda como chapa mobilizou o estudantado e legitimou com os seus Rds (representantes discentes) o espaço democrático-burguês do CONSUNI que deliberou a adesão ao REUNI. Tal medida criou um sério obstáculo para uma ação direta com vistas a ocupar a reitoria considerando que para tal seria necessário se valer do fato político de renegar o CONSUNI, que é claramente anti-popular, assim como os estudantes das demais universidades o fizeram.


Tal atitude não só criou este entrave como abriu margem para ampliar a voz da ala governista do estudantado que tem defendido que “já que a adesão do REUNI já foi efetivada” os estudantes deveriam “disputar o REUNI” sendo que ele conteria “pautas históricas”(sic) ou “elementos positivos” (sic). O conteúdo falacioso destas defesas apenas revela o desdobramento lógico de que o “governo Lula está em disputa”(sic) . Lamentável para a luta, lamentável para o estudantado.


Tal situação pode se compreendida à luz das exaustivas críticas da Oposição Estudantil C.C.I. direcionadas ao campo majoritário da Conlutas (presente na atual direção da DCE). Sua linha de massas reformista, sua composição frentista com setores da UNE, seu descumprimento das resoluções do CONAT e a liquidação da CONLUTAS propiciam tal situação desastrosa. Ao se lançarem ainda como chapa à entidade o mote era para “barrar o REUNI” votando na chapa “Nada será como antes”, o que já nos dá indícios que isso não ocorrerá. A proposta de mobilização propagada pela chapa era a realização de um “plebiscito oficial”(sic) para aferir se a comunidade acadêmica “aderiria ou não ao REUNI”. Tal perspectiva só alimenta a ilusão da legalidade burguesa e não coloca como agentes o estudantado e trabalhadores. Esta situação deriva da concepção derrotista dos partidos reformistas que com sua dinâmica de “parlamentarismo estudantil” disputam unicamente a direção das entidades sem alterar sua estrutura e organização.


A desculpa do “refluxo”, da “falta de adesão da base” e da pretensa “correlação de forças” para uma ação direta se mostram desculpas tendo em vista o contingente de mais de 1900 estudantes que elegeram a atual direção do DCE. Os partidos reformistas não concentram suas forças na ação-direta porque não o querem, como mostra a liquidação da ocupação da USP pelo PSOL, PSTU e LER-QI. O único objetivo de tais forças é sinalizar a si mesmo como alternativas para a “frente de esquerda” nas próximas eleições burguesas.


A oposição C.C.I se demonstra contra tal capitulação e se posiciona:


1)contra o parlamentarismo e os partids reformistas; 2)Em defesa da Ação Direta e das metodologias combativas; 3) da unidade entre estudantes proletários e trabalhadores; 4)Fortalecimentos das entidades de base com a democracia direta estudantil; 5)Em defesa de um programa estudantil reivindicativo anti-governista, contra UNE; 6)Contra a liquidação da Conlutas; 7) Em defesa e em melhoria das resoluções do CONAT; 8)Pelo apoio ao Pólo revolucionário da Conlutas;


DESTRUIR O REUNI E AS REFORMAS NEOLIBERIAIS! LIQUIDAR A UNE E O PARLAMENTARISMO ESTUDANTIL! FORA PARTIDOS REFORMISTAS!!!


As eleições do SINTFUB

As eleições dos servidores técnico-administrativos da UNB está ocorrendo em nosso campus. Seria interessante observar o posicionamento da chapa da Conlutas (chapa 1) neste processo. Com presença das forças do campo majoritário da Conlutas a proposição foi de unificar a chapa com a INTERSINDICAL um setor que agrupa entidades dirigidas pelos apêndices externos da CUT, quer dizer, é um bloco de contenção para unificar os setores “dentro e fora da CUT” (sic) para impedir o crescimento da Conlutas. Relembrando aos colegas estudantes: a CUT é uma correia de transmissão do governo LULA, auxiliando nas reformas neoliberais. Porém, a INTERSINDICAL não foi aceita na chapa por conta de rejeição da base.

Assim, a atual chapa 1 demonstra como é correta a crítica que a Oposição C.C.I. vem fazendo ao campo majoritário da Conlutas, não só por apoiar a atual gestão para-governista do DCE-UNB, como também descaracterizando a Conlutas com a intenção de unir-se a setores para-governistas (INTERSINDICAL).

CONTRA A LIQUIDAÇÃO DA CONLUTAS, CONTRA A CUT!!!

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