segunda-feira, 21 de outubro de 2013
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Sobre a luta reivindicativa e o papel do trabalho de base combativo: nem subjetivismo, nem fatalismo.
Este artigo é uma contribuição do estudante José Antônio, militante da Oposição CCI ao DCE-UnB, à Plenária Nacional da RECC e ao Encontro Nacional de Oposições Populares, Estudantis e Sindicais (ENOPES) que ocorrerão em novembro de 2013, no Rio de Janeiro. Boa leitura!
* * *
Sobre a luta reivindicativa e o papel do trabalho de base combativo: nem
subjetivismo, nem fatalismo.
José Antônio, militante da Oposição CCI ao DCE-UnB.
"... a ciência
social, enquanto doutrina moral, não faz outra coisa senão desenvolver e
formular os instintos populares. Mas entre estes instintos e esta ciência, há
no entanto um abismo que é preciso preencher. Pois se os instintos justos
fossem suficientes para a libertação dos povos, eles já estariam libertos há
muito tempo. Estes instintos não impediram as massas de aceitar no decurso da
sua história, tão melancólica e tão trágica, todos os absurdos religiosos,
políticos, econômicos e sociais de que foram eternamente vítimas." (Mikhail Bakunin)
O objetivo inicial desse texto era combater o subjetivismo na
militância, aspecto este responsável em grande parte por erros no curso das
lutas reivindicativas e que levam em muitos casos a posteriores “desilusões” ou
sectarismos diversos, porém, com o desenrolar da reflexão vimos a importância
de incluir o seu oposto na crítica (o fatalismo), tendo em vista dissolver mal
entendidos e de fato apresentar uma análise mais “completa” (ainda que
obviamente com diversas lacunas).
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Contribuição ao debate sobre os desafios da luta pela Assistência Estudantil
As lutas
pela Assistência nesse segundo semestre de 2013 deram uma nova dinâmica para o
Movimento Estudantil da UnB. Diferentemente das anteriores tentativas de
organização dos estudantes pobres (puxadas principalmente pela Anel/PSTU), que caíram
e se afundaram nas ilusões burocráticas de reuniões infindáveis com a Reitoria,
este semestre já começou com a ocupação da sala do CASSIS (BT 260) e durante
quase todo o processo o CASSIS organizou diversas ações diretas no Restaurante
Universitário (os “catracaços”) sendo que a repressão policial na desocupação
forçada do CASSIS gerou as condições, acumuladas com as anteriores (os
problemas e insatisfações em relação à moradia, etc.) da ocupação da Reitoria.
Portanto, a ação direta (ocupações e “catracaços”) deram o tom desse processo
de luta que terminou (parcialmente! pois apenas começou) vitorioso.
CAGEA convida para mesa de debates: Ocupações de CAs e Ocupações de Reitoria – a luta por espaços e direitos na UnB
Dia: 8 de outubro (terça-feira)
Horário: 12h
Local: CAGEA (ICC BT 665)
Em vista a recente ocupação da Reitoria
da UnB pelos estudantes da assistência estudantil e o histórico que há
na UnB de salas ocupadas para servirem de sedes aos CAs bem como de
Reitoria ocupadas como atos políticos reivindicativos, o CAGEA convida todos
colegas da universidade para debatermos: as relações entre espaço,
identidade e organização coletiva, ação direta e a luta por direitos.
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terça-feira, 24 de setembro de 2013
I Encontro Nacional de Oposições Populares, Estudantis e Sindicais – 15 a 17 de Novembro, Rio de Janeiro, Brasil.
Construir oposições por local de trabalho, estudo e moradia
O
Encontro tem dois objetivos: 1. iniciar o debate sobre a conjuntura
mundial junto com as principais contradições da sociedade brasileira e
2. traçar estratégias e formas de organização para a luta. Assim o
encontro deve ampliar e consolidar as organizações de luta estudantil,
popular e sindical, assimilando as novas experiências surgidas dentro
dessas dimensões e do atual contexto da luta de classe no Brasil. Essa
organização visa lutar contra os efeitos e arbitrariedades dos
megaeventos e do desenvolvimentismo neoliberal, se colocando contra a
precarização da vida, visando a liberdade.
Nesse sentido, o Fórum nacional de Oposições pela Base convoca a
construção de um encontro nacional para debater os desafios da
reorganização da classe trabalhadora e impulsionar este momento através
de oposições de base no movimento sindical, popular, estudantil,
camponês, quilombola e indígena.
Por uma Tendência Classista e Internacionalista!
ASSINAM:
FOB – Fórum de Oposições Pela Base
ORC – Oposição de Resistência Classista – Educação/RJ
RECC – Rede Estudantil Classista e Combativa
GLP – Grupo de Luta dos Petroleiros
Grupo de Discussão de Oposição para Educação Federal
LSOC – Liga Sindical Operária e Camponesa
Veja também:
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domingo, 1 de setembro de 2013
Moção da apoio à ocupação na UFRRJ/NI
Desde o planalto central, a Oposição CCI saúda os companheiros e companheiras estudantes e trabalhadores que no campus Nova Iguaçu da UFRRJ ocupam a sala da direção do Instituto Multidisciplinar da Rural desde o dia 22/08/13 como medida de exigir a reintegração aos postos de trabalho de quatro terceirizados demitidos pela patronal. Estes trabalhadores foram demitidas por se destacarem num processo de luta por seus direitos trabalhistas sonegados pela empresa terceirizada (entenda o caso AQUI).
Sabemos o quão fundamental é a luta por direitos, salário e condições de trabalho aos terceirizados nas mais diversas instituições. A terceirização é uma forma que expressa a reestruturação produtiva, onde através da superexploração da força de trabalho é garantido uma máxima acumulação de capital aos patrões, sejam eles empresas privadas ou públicas.
Não bastasse a superexploração, a alta rotatividade no emprego, os salários e tíquetes baixos e atrasados etc., os trabalhadores terceirizados são impedidos, na prática, de seu direito de associação e reivindicação sindical. Quer dizer, a terceirização explora e cala, tornando vulneráveis os trabalhadores que ficam suscetíveis desde o assédio moral de chefes e encarregados até a demissão, como é o caso em Nova Iguaçu.
Para piorar, o atual sindicalismo brasileiro, corporativista e submetido a tutela estatal, controlado por forças políticas reformistas e conservadoras de todas as cores, simplesmente abandonam a própria sorte este segmento tão volumoso e fundamental de trabalhadores que são os terceirizados. Na prática, o sindicalismo de estado no Brasil aceita segmentações internas entre os trabalhadores, recriando desigualdades entre irmãos de classe.
Por estas razões, é tão fundamental a ação direta de ocupação da direção do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ/NI para exigir a reversão da demissão e questionar, enfim, a própria política da terceirização. Ela expressa uma prática germinal de reorganização do povo em seu local comum de estudo/trabalho e um elevado nível ideológico de solidariedade entre nossa classe. Saibam, camaradas, vossa ação nos inspira!
Finalizamos dizendo que, de longe, estamos lado a lado dos companheiros e companheiras pois compartilhamos a mesma realidade a qual o Estado e o Capital nos submete e assim marchamos pelo mesmo ideal: justiça e liberdade aos trabalhadores. Nenhum ataque dos patrões, exploradores do povo, passará sem resposta! Mexer com um é mexer com todos!
Pela imediata readmissão dos 4 terceirizados demitidos por lutarem por seus direitos! Que não haja represálias da UFRRJ aos estudantes e trabalhadores envolvidos na ocupação! Viva a ação direta estudantil-proletária!
Brasília, 1º de setembro de 2013.
Oposição CCI - Combativa, Classista e Independente ao DCE-UnB (filiada à RECC)
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Assembleias na UnB debatem e estudante se organizam para defender Assistência Estudantil
A reunião do CEB - Conselho de Entidades de Base, reunida no dia 27.08,
deliberou, entre outros, a realização de uma Assembleia Geral dos Estudantes da
UnB cuja pauta proposta é a Assistência Estudantil. Fora ainda indicado que os
CAs realizem Assembleias por cursos. Alguns CAs, como o CASO e o CAGEA, já possuíam
Assembleias programadas cujas pautas incluem Assistência Estudantil. Confira o
Calendário da semana:
Assembleia Geral dos Estudantes da UnB
Dia: 03/09/13 (terça-feira)
Horário: 12h e 18h
Local: Ceubinho, Entrada Norte do ICC
Assembleia do CASO (Sociologia)
Dia: 04/09/13 (quarta-feira)
Horário: 12h
Local: CASO, ICC Central
Assembleia do CAGEA (Geografia)
Dia: 05/09/13 (quinta-feira)
Horário: 12h
Local: CAGEA, ICC Norte BT 665
Assembleia do CASSIS (Centro da Assistência Estudantil)
Dia: 05/09/13 (quinta-feira)
Horário: 12h
Local: CASSIS, ICC Centro BT 260
ORGANIZAR PARA LUTAR! LUTAR PARA ORGANIZAR!
CCI agita uma política classista durante recepção ofical de calouros
Na sexta-feira, dia 23 de agosto, a Oposição CCI realizou um ato agitativo durante a Recepção Oficial dos Calouros da Reitoria. Os militantes da CCI distribuíram aproximadamente 1000 "O Germinal", seu órgão impresso de propaganda, e ergueram um grande cartaz perto da mesa central enquanto a gestão do DCE, Aliança pela Liberdade (do capital, diga-se de passagem), e a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, faziam falas. Na faixa se lia "Por assistência estudantil para todos! Abaixo o Conselho 'Ditador' p/ poucos!", evidenciando as ações da atual Reitoria de beneficiar minorias (com privatizações, conselho diretor etc.) e condenar as maiorias (vide precariedade da assistência estudantil etc.). Quanto as falas da mesa, foram muito ruins por sinal. Pedro Ivo, pelo DCE, disse que o "Diretório" serve para instalar postos da Fácil na UnB além de propiciar 10 centavos de desconto em postos de gasolina pra quem vem de carro. Sua fala evidencia concepção do DCE como mera "agência de execuções burocráticas" e uma política populista-liberal ao querer agradar "gregos e troianos", sobretudo incentivando o uso de veículos particulares, o que por si só já atrapalha o trânsito do transporte coletivo na capital federal, e para piorar que é baseado num "convênio" entre o DCE e a empresa Disbrave. Pedro Ivo ainda finalizou falando sobre festas, e a importância de se manifestar como "nossos amigos" (sic), se referindo a CCI, estávamos fazendo, tentando encobrir todo o antagonismo irreconciliável entre os dois grupos em questão. A Ministra, por sua vez, ficou contando reminiscências de quando era da UnB, e afirmou que era necessário "ralar muito" na universidade para conquistar os objetivos, um papo demasiadamente meritocrático por ignorar as distintas oportunidade e condições dos estudantes derivadas de suas respectivas posições de classe e que portanto não contribuiu em absolutamente nada politicamente os colegas recém ingressos.
Junte-se a Oposição CCI! Lutar para estudar, estudar para lutar!
Desde 2007, na luta por uma universidade popular, a serviço da classe trabalhadora!
O GERMINAL nº30 - Por um Levante Popular na UnB!
O GERMINAL
Boletim da Oposição Estudantil C.C.I.
www.oposicaocci.blogspot.com | oposicaocci@yahoo.com.br
Boletim da Oposição Estudantil C.C.I.
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Ano VI - Edição Nº 30 - Agosto de 2013 - Desde 2007 na luta pela Universidade Popular
[Leia a edição em pdf AQUI]
POR UM VERDADEIRO LEVANTE POPULAR NA UNB! A
REITORIA NÃO PISARÁ MAIS EM NOSSOS DIREITOS!
Começamos mais um semestre.
Saudamos os novos estudantes da universidade, sabemos o quanto é difícil para
os que estudaram em escolas públicas (precarizadas, sem professores etc.) furar
o bloqueio elitista que é o vestibular, PAS ou ENEM. Saudamos também os
estudantes pobres e trabalhadores que continuam na luta diária pela permanência
na universidade e pela sobrevivência, apesar de todas as dificuldades que a
Reitoria e que a própria sociedade capitalista nos impõe.
Muitos dos que agora leem
este boletim participaram das "Jornadas de Junho", das manifestações
nas ruas, dos confrontos com a polícia, das conversas e debates públicos. Não
podemos nos esquecer dessas lutas. Os estudantes, os estagiários, os trabalhadores
precarizados foram a grande massa nas ruas. As lutas romperam com os velhos
métodos oportunistas de manifestação (as marchas pacifistas da UNE e da CUT,
por exemplo), e melhor, demonstraram que é possível vencer, sem o apoio de
partidos eleitoreiros ou conchavos com o governo. Nesse momento, a UnB passa
por uma série de ataques autoritários e privatistas por parte da REItoria... é
necessário seguir o caminho que aprendemos nas "Jornadas de Junho"!
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RU
segunda-feira, 29 de julho de 2013
“Caiu na Redes é… (estupro)”: A naturalização da violência contra as mulheres
No último dia 24, durante as comemorações
de aprovados no segundo vestibular de 2013 para a UnB, estudantes da
Engenharia de Redes ergueram um cartaz no qual se lia “Caiu na Redes é… (estupro)“.
A atitude vem gerando grande repercussão, desde acalorados debates nas
redes sociais e a instauração de um processo de investigação pela
Reitoria. Os dois alunos que aparecem na foto segurando o cartaz
emitiram notas na qual se mostram “arrependidos” pela atitude de “mau
gosto” (suas notas podem ser lidas em http://www.facebook.com/dce.unb) . É preciso tomar partido nesta discussão.
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sexta-feira, 21 de junho de 2013
Proposta da Oposição CCI para inserir os estudantes da UnB nas mobilizações nacionais, de forma organizada e com pautas concretas
Leia abaixo a proposta de resolução apresenta pela Oposição CCI à Assembleia Estudantil da UnB do dia 20/06/13, mas que devido ao extrapolar do tempo, à falta de sistematização da mesa e ao esvaziamento, absolutamente nada foi deliberado em termos de pauta e inserção do movimento estudantil da UnB nas mobilizações nacionais, apenas apreciado formalmente uma proposta do CASO de paralisação das aulas naquele dia que não se efetivou. Ficou também indicado uma Assembleia para a próxima semana, mas a gestão do DCE sequer informou dia.
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terça-feira, 4 de junho de 2013
Já está nas escolas e universidades: nona edição do Jornal AVANTE!
Leia nesta edição:
- POR UM NOVO MOVIMENTO ESTUDANTIL: Construir as Oposições nos locais de estudo
- REFORMA DO ENSINO MÉDIO: Um projeto a serviço dos “Playboys”
- GREVE NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS: 2012 – Balanços e perspectivas
- PERSEGUIÇÃO POLÍTICA E ASSÉDIO MORAL: Solidariedade ao professor Marcléo
- UNIVERSIDADES PAGAS: Construir o movimento estudantil classista nas faculdades e universidades pagas
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quarta-feira, 8 de maio de 2013
Boicotar a UNE traidora!
A UNE está prestes a realizar mais um de
seus Congressos de fachada, onde a UJS sairá novamente com a
presidência e todos cargos majoritários e a Oposição de Esquerda com uns
carguinhos de migalha, apenas legitimando a entidade como um todo. A
UNE não presta de forma nenhuma para a luta dos estudantes. Perdeu toda
sua independência política e financeira, se vendendo ao governos e
empresas. Por isso, não legitime esta entidade falida. Não vote no
Congresso da UNE! Faça campanha contrária! Politize a luta contra o
governismo no movimento estudantil! Derrotar a UNE na base!
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domingo, 5 de maio de 2013
As Regras de anti-Convivência da Reitoria e a necessária resistência estudantil!
O
GERMINAL
Boletim da Oposição Estudantil C.C.I. ao DCE-UnB
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Ano V – Edição N] 29 – Maio de 2013
As Regras de
anti-Convivência da Reitoria e a necessária resistência estudantil!
Regras de
Convivência aprovadas pelo Conselho Superior Universitário, o famigerado
CONSUNI, asseveram a privação de uso dos espaços públicos da Universidade.
Medidas como a proibição de bebidas alcoólicas, de realização de atividades
como Assembleias de Curso, confraternizações, recepção de calouros, Semanas
Acadêmicas e o uso de qualquer meio de comunicação para propagandear tais
atividades e - pásmem - até mesmo aglomerações espontâneas passam a ser
proibidas sem a autorização das devidas instâncias superiores. Além de se
permitir o uso de qualquer meio audiovisual para “registrar e identificar
usuários da UnB”, a Reitoria promete penalidades aos infratores das novas
Regras de Convivência, que estão sendo impostas até mesmo com o uso da Polícia.
Este início de semestre começou conturbado. Não
bastasse o final do semestre passado, quando a Reitoria anunciou a reativação
do Conselho Diretor da FUB[1],
a instalação de catracas no campus do Gama que visa dificultar o acesso da
comunidade à universidade sobre o pretenso discurso da "segurança
pública"[2], vários
problemas relacionados ao R.U e ao transporte público etc. Não obstante, no
início do primeiro semestre de 2013 tiveram fatos novos interferindo na vida
dos CAs (Centros Acadêmicos): a repressão por meio de seguranças e policiais
militares à recepções de calouros na Ciências Sociais e na História; a
proibição de festas e confraternizações estudantis, seja através da cancelamentos
ou da burocratização para conseguir o "aval" de liberação; a
proibição de atividades e livre propaganda nos espaços públicos da universidades,
tal como foram proibidos exibições de filmes no Ceubinho, o Comunicado da
Prefeitura proibindo colagem de cartazes não autorizados no campus (Comunicado
nº0025/2013/PRC) e a própria Oposição CCI foi proibida de distribuir panfletos
no interior do R.U. Portanto, camaradas estudantes, estamos diante de uma
realidade de avanço reacionário e elitista em nossa universidade. E esta
afirmação não significa endossar uma "disputa de egos" entre direita
e esquerda como alguns gostariam de pintar, mas de fato constatar que estudantes
e trabalhadores da UnB já estamos tendo certos direitos tolidos. Mais do que
isso, as ações da atual REItoria representam um ataque ao povo trabalhador que
se verá cada vez mais afastado da Universidade, objetiva e
subjetivamente.
As Regras de anti-Convivência:
entre a burocracia e a repressão
Até mesmo Assembleias dos CAs e do DCE deverão ser permitidas pela Reitoria! |
As novas Regras de Convivência foram aprovadas pelo
antidemocrático CONSUNI (Conselho Superior Universitário) no início de 2012
(ainda sob a gerência de José Geraldo/PT), mesmo com todos os representantes
discentes se colocando contrários a sua aprovação. Ela foi sancionada graças ao
peso desproporcional que possuem os professores na estrutura de poder da
universidade. A tentativa pela atual Reitoria direitista de colocar em prática
tais regras tem levantado o debate sobre duas questões fundamentais de nossa
estrutura universitária: 1) a total falta democracia dos Conselhos Superiores
(Consuni, Cad, Cepe), que vigoram sob o formato “70-15-15” (70% das cadeiras
para professores, 15% para estudantes e 15% para servidores); e 2) a
"necessária" forma repressiva e autoritária como se efetivam estas
deliberações dos Conselhos Superiores, tendo em vista que são fruto de acordos/decisões
entre uma minoria de professores burocratas sobre os mais de 40 mil membros da
comunidade.
Para além de uma análise detalhada sobre cada ponto
da Regra de Convivência, que acreditamos ser necessária e que cada Centro
Acadêmico em seus espaços próprios (Assembleias Gerais, Reuniões etc.) já devem
estar elaborando, queremos ressaltar os elementos políticos que formam as
condições possíveis para tais ações da Reitoria. Primeiramente, é necessário
nos perguntarmos: porque uma parcela tão reduzida de professores possuem o
poder de decidir a convivência que na prática será vivenciada pela comunidade
como um todo? Não seria, portanto, essa mesma comunidade de dezenas de milhares
(e em última instancia os próprios estudantes, a maioria da comunidade) a mais
interessada e afetada pelas relações de convivência? Porém, tal questão
colocada, não resta dúvidas de que a superestrutura dos Conselhos Anti-Democráticos
é incapaz de representar efetivamente os anseios e a vida em movimento da
comunidade universitária. As Regras de Convivência aprovadas "de cima para
baixo" não poderiam ser mais nefastas e autoritárias para a comunidade.
Devemos ter claro que tais regras possuem por finalidade, apesar do discurso
pomposo e demagógico de "harmonia e ética", manter o controle e o
status quo representado por esta mesma burocracia encastelada nos Conselhos Superiores.
Outro elemento histórico deve ser colocado. Em
praticamente todas as administrações da UnB a comunidade discente nunca dispôs
de espaços próprios adequados para sua organização coletiva nem
confraternizações. Demonstração final e prática desta afirmação é o fato de que
a maioria das sedes dos Centros Acadêmicos são salas ocupadas e que os prédios
dos novos campi, como o de Ceilândia, sequer dispunha de espaços projetados
para cada um dos CAs. Desta forma, a falta de condições para sociabilidade estudantil
criou tanto movimentos de ocupação legítimos para se organizarem etc., mas
também criou distorções ao possibilitar uma série de práticas de mal uso do
espaço acadêmico, como exemplo certas “megafestas”, trotes humilhantes etc.. Por
parte da Oposição CCI, não defendemos o uso desenfreado ou de qualquer forma do
espaço universitário, isso seria puro liberalismo. Defendemos o uso saudável
dos CAs para que os estudantes possam estudar, confraternizar e lutar. Por ser
exatamente o corpo discente a maioria da Comunidade, defendemos que sua
autonomia seja posta em prática através da madura reflexão coletiva em suas
instâncias (CEB, Assembleia e Congresso). E antes da Reitoria pensar em impor
de cima para baixo a privação, a burocratização e abrir o precedente para a repressão
de sua comunidade, ela deveria dar condições para a sociabilidade estudantil.
Não é isso que vem acontecendo.
Como complemento necessário da estrutura
anti-democrática dos Conselhos Superiores, ou melhor, a forma de "fazer
valer" as suas deliberações ilusória e artificialmente
"representativas", a Reitoria necessita usar a força repressiva (de
seguranças e policiais) e a vigilância (catracas, câmeras de vigilância etc.).
A repressão à recepção de calouros da Ciências Sociais e História, cursos que
historicamente não realizam trotes violentos, dentre outras ações repressivas
e/ou proibitivas pautadas pelas Regras de Convivência, anunciam uma nova fase
do "Vigiar e Punir" e da privação do espaço público em nossa
universidade. Na medida em que a Reitoria buscar burocratizar e reprimir as
atividades realizadas pelos estudantes, mais estes serão levados ao caminho da
"ilegalidade" e da resistência, seja de forma velada e individual ou
pública e de massas. Portanto, devemos ter claro que a estrutura de poder
anti-democrático está umbilicalmente relacionada com a necessidade de
repressão, pois suas deliberações não possuem legitimidade e reconhecimento na
"base" e tem que ser postos a força. Chegamos então na essência do
problema: do questionamento às Regras de Convivência, lutemos pela
democratização radical da universidade, não somente contra a repressão e
militarização do campus como também pela dissolução dos atuais Conselhos Burocráticos
e pela sua substituição por Conselhos e Colegiados com representação paritária
dos segmentos da Universidade e com eleições universais para cada cargo
executivo (como Reitor e Chefes de Departamento etc.)!
Os estudantes frente as ilusões
do parlamentarismo estudantil
Podemos dizer que o Movimento Estudantil da UnB
está em um profundo descenso, oriundo das mais variadas práticas
parlamentaristas (burocráticas e eleitoreiras) que dominaram tal movimento nos
últimos anos. Estas práticas (também defendidas por grande parte da esquerda
reformista da UnB) deslegitimam sempre o protagonismo da mobilização estudantil
(manifestações, ocupações, trancamentos de ruas, paralizações de aulas etc.) em
favor do "respeito" complacente e covarde à institucionalidade
universitária antidemocrática. O DCE é o exemplo mais cabal disso. Com seu movimento
tipo "UnB DOC" e reuniões de cúpulas com a Reitoria, boicotam os
espaços coletivos e máximos de deliberação (Assembleias Gerais e Congresso
Estudantil) e de ação (Manifestações), garantindo assim a intocabilidade da
burocracia universitária. Isso pode parecer deslocado do nosso tema, porém, diz
respeito diretamente às táticas a serem defendidas em nossa luta frente as Regras
de Convivência.
Um exemplo prático. Diante da insatisfação dos
estudantes quanto as ações repressivas e burocráticas de
"anti-convivência" da Reitoria, alguns grupos do Movimento Estudantil
continuam apostando exatamente no velho caminho institucional viciado que levou
a aprovação das atuais Regras. Em uma reunião da REItoria realizada com os CAs em
meados de Abril, um estudante do grupo "Honestinas" não poderia
propor algo mais prejudicial: a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para
reavaliar as Regras, quer dizer, uma mesa de enrolação sem poder deliberativo
algum que terá como desfecho o conhecido cenário de cartas marcadas das
reuniões do CONSUNI. A REItoria aceitou ela mesma de bom grado este GT, pois
sabe que não passa de um “chá de cadeira” amaciando as críticas dos estudantes
rumo a uma "derrota consentida" no CONSUNI. Diferente de tal tática
irresponsável, alguns CAs – dentre eles os de Geografia, Ciências Sociais,
História, Letras e Educação Física – defenderam no Conselho de Entidade de Base
(CEB) do dia 24/04 a convocação de uma Assembleia Geral de Estudantes da UnB
para debater coletiva e profundamente e deliberar a ação dos estudantes a
respeito. Incrivelmente, a proposta não foi aprovada, e no atual momento o
movimento estudantil da UnB padece de meios efetivos de organização e luta
unificados que garantam sua vitória.
Nós da Oposição Combativa, Classista e Independente
defendemos: 1) Pela revogação da atual Regra de Convivência autoritária e
repressiva da Reitoria; 2) Pela autonomia da comunidade em definir regras de
convivências a partir de seus próprios fóruns (Assembleias Estudantis, CEBs
etc.), privilegiando a construção de Assembleias Inter-categorias (estudantes,
professores e servidores) de cada curso; 3) A Reitoria (seja por um Conselho ou
diretamente pelo Reitor) não atenderá nossas reivindicações por livre
espontânea vontade ou por "sensibilização", será necessário,
portanto, o uso democrático da pressão extra institucional materializada na
ação direta dos estudantes, ou seja, a justiça imposta pela força; 4) Sendo
assim, nossos olhos estão voltados para a massa estudantil e proletária da Universidade,
e nossa opção seguirá sendo o fortalecimento dos Centros Acadêmicos e os
espaços de organização coletivo dos estudantes.
PELA REVOGAÇÃO DAS REGRAS DE "ANTI-CONVIVÊNCIA"
DA REITORIA!
PELA DEMOCRATIZAÇÃO RADICAL DA UNIVERSIDADE!
POR UMA UNIVERSIDADE POPULAR A SERVIÇO DA CLASSE
TRABALHADORA!
[1] Órgão composto
por seis nomes escolhidos pelo MEC com poderes deliberativos sobre assuntos de
ordem política e orçamentária da UnB. Este Órgão foi responsável pelos esquema
de corrupção do ex-reitor Thimoty Mulholland e estava desativado desde sua
saída forçada em 2008 através da ocupação da reitoria realizada pelos
estudantes da UnB.
[2] Lembremos
sempre que a comunidade é vista como um perigo constante para a visão elitista
e neoliberal de universidade.
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