quarta-feira, 18 de março de 2015

O GERMINAL nº 35 - Março de 2015

 

O GERMINAL

 

Boletim da Oposição Estudantil C.C.I. – Filiada à RECC/FOB

www.oposicaocci.blogspot.com | oposicaocci@riseup.net
Ano VIII – Edição Nº 35 – Março de 2015 – Desde 2007, na luta pela Universidade Popular!


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Leia a versão em pdf. CLICANDO AQUI.


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Vida nova, novas lutas… Sejam Bem vindos!


Desejamos as boas vindas  aos calouros que entraram para a Universidade de Brasília este ano! Vocês encontrarão muita novidade pela frente, muitas portas estarão abertas e muito conhecimento acessível ao alcance de vocês!

Para muitos um sonho que se realiza, para a maioria a negação do estudo e da possibilidade de encontrar um futuro emprego mais qualificado. Vitória para quem entrou, mas nem tudo são flores do lado de cá. Este ano entramos já com paralisação dos terceirizados que não receberam do Governo estadual, e uma possível greve nacional dos técnicos e servidores administrativos da UnB.

Fora isso, nos deparamos com todas as eternas dificuldades enfrentadas pelos estudantes de baixa renda, na luta por moradia, assistência estudantil, respeito. Muitas possibilidades se abrem quando entramos para uma universidade federal, mas devemos lembrar que nossos direitos foram adquiridos através das lutas que estudantes – como Honestino Guimarães, Ieda Santos Delgado e Paulo de Tarso Celestino – e servidores desta universidade travaram antes de nós. Mas  ainda há muito o que fazer, e não podemos retroagir em nossa luta!

Convidamos todos os calouros a engajarem-se no movimento estudantil da UnB, participarem, opinarem e fazerem avançar a luta por nossos direitos e também conhecer e juntarem-se à nossa organização, a Oposição CCI aos DCE da UnB, para lutarmos por um ensino gratuito,de qualidade, universal e popular. 

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Construir os Comitês de Autodefesa de Mulheres e Defender a Luta Histórica contra o Machismo!


Comitê de Autodefesa de Mulheres da UFMS torna-se referência na luta contra o machismo: https://www.facebook.com/comiteautodefesaufms?fref=photo

Vivemos em uma sociedade de cultura machista e uma estrutura de classes, onde a classe dominante oprime a classe dominada e impõe um cotidiano de violência, desprezo, exploração e humilhação as mulheres, principalmente as trabalhadoras, negras e indígenas.

O estado – e todo o seu aparato jurídico e militar – em nada contribuem para a real emancipação da mulher, pois a legislação e as políticas de amparo são apenas alegorias do “estado democrático de direito” sem real eficácia. Mas de qual maneira as mulheres podem se armar contra esse sistema de exploração-opressão? Construindo a sua autodefesa!

Foi em 8 de Março de 1857 que mulheres operárias foram queimadas numa fábrica em Chicago, por reinvindicar além de melhores condições de trabalho e salário, a igualdade de ambos aspectos frente aos companheiros de chão de fábrica. Estas companheiras empenharam suas forças pela libertação de gênero e de sua classe e é essa herança de lutas a qual não deixaremos ser apagada!

Nacionalmente temos construído os comitês de autodefesa de maneira independentes e voltados para estudantes e funcionárias/os, partindo  da necessidade de organizar e preparar as mulheres para lutar contra a violência machista, de raça e de classe. Os comitês vem promovendo treinos para as participantes e realizando  debates diversos sobre temas correlatos. Os comitês de autodefesa nesses moldes já vem ocorrendo em diversos lugares do Brasil como na UFRRJ, UFMS, UNESP, UFG e UFC..  Esta iniciativa se faz necessária também na  UnB!

Solidariedade de classe para combater o machismo! Mulheres na linha de frente pela emancipação integral da classe trabalhadora!

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Em tempos de “arrocho” geral, a resistência coletiva é a única saída


Professores da Oposição de Resistência Classista protestam contra cortes na educação durante assembleia do Sinpro-DF (fev/2015)
Professores da Oposição de Resistência Classista (ORC/FOB) protestam contra cortes na educação durante assembleia do Sinpro-DF (fev/2015)


O ano de 2015 começou com um verdadeiro estelionato. Eleita com a promessa de “não atacar direitos trabalhistas e sociais”, o governo de Dilma (PT/PMDB) faz exatamente o oposto: dificultou acesso ao seguro desemprego, abono salarial, pensão por morte e auxílio doença (MPs 664 e 665). Venderam “tucano” por lebre!

Na educação, a demagogia do governo não poupou esforços. Logo após anunciar o (enganoso) lema “Brasil: pátria educadora”, lançou também um corte de verba, onde o Ministério mais afetado será justamente o da Educação. A previsão é de cortar R$ 7 bilhões de seu orçamento anual. Este “ajuste fiscal” já gera impactos negativos.

Desde janeiro o MEC suspendeu o repasse de 30% da verba às universidades. Em diversas instituições, e também na UnB, bolsas de estudo e permanência foram atrasadas, oferta de vagas nos programas de assistência estudantil não acompanharam o aumento da demanda e trabalhadores terceirizados sofrem com o atraso de salários e ameaça de demissão.

Para piorar, o aumento do custo de vida sobe absurdamente. O aumento da luz, da gasolina, do supermercado, do aluguel anulam o pífio aumento do salário mínimo de 8,8%. No DF, o aumento da conta de água é a mais caro em 10 anos. E o governo Rollemberg (PSB) ainda ameaça aumento de tarifa no transporte.

Com medo de que os danos da crise capitalista cheguem no Brasil, os governos jogam a conta nas costas dos trabalhadores e estudantes. Mas esta conta não é nossa! E nós não vamos pagá-la! Aos estudantes trabalhadores, filhos de trabalhadores e que dependem dos programas de permanência, tempos de “vagas magras” se anunciam! Na universidade e nas ruas, só nos resta resistir e lutar!

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A “REI”toria de Ivan Camargo: uma pedra no caminho…


Ocupação da Reitoria da UnB em 2014. Todos os partidos e grupos reformistas debandaram. A ocupação foi mantida por estudantes e grupos independentes e combativos e que alcançaram o arquivamento dos processos administrativos!

A UnB é dirigida pela equipe de Ivan Camargo desde 2012. Sua gestão vem sendo alvo constante de conflitos com os estudantes e terceirizados. Vamos recapitular alguns episódios:
  1. No início de 2013, aprovou as “Regras de Convivência” que colocou na ilegalidade a realização autônomas de festas e eventos acadêmicos pelos estudantes;
  2. No 2º semestre de 2013, Ivan Camargo solicitou reintegração de posse da sala BT 260 ocupada por estudantes que reivindicavam assistência, efetivado pela Polícia Federal;
  3. Ainda em 2013, reativou do Conselho Diretor da FUB, órgão por onde passou os esquemas de corrupção do ex-reitor Timothy Mulholland que só caiu após a ocupação da reitoria em 2008;
  4. Durante sua gestão, centenas de trabalhadores(as) terceirizados foram demitidos ou perseguidos politicamente. Terceirizadas foram demitidas ilegalmente pelas empresas por estarem grávidas, sob a conivência da Reitoria;
  5. No 1º/2014, o Restaurante Universitário aumentou de R$ 5 para R$ 10 o valor da refeição à comunidade externa. Em paralelo, abriu uma seção “gourmet”, discriminando os usuários mais pobres;
  6. Também em 2014, Ivan Camargo abriu processo administrativo e ameaçou com processo civil e criminal 8 estudantes que participaram de “catracaços” no RU. Ao ocuparem a reitoria para arquivar os processos, os estudantes – que saíram vitoriosos – sofreram ameaça de reintegração de posse e corte de energia;
Estes episódios indicam o que foi e o que será a gestão Ivan Camargo: autoritária, repressora, elitista e privatista! Chega de “lero-lero”, daqui pra frente é só ação direta!

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O que é a Oposição CCI?


A Oposição Combativa, Classista e Independente ao DCE-UnB surge em 2007. Ela não se opõe a uma gestão de DCE em particular, mas ao parlamentarismo estudantil como um todo. A CCI é uma organização de base com o objetivo de lutar pelas demandas básicas dos estudantes. A longo prazo lutamos pela construção de uma Universidade Popular, onde o povo tenha acesso livre e o conhecimento produzido seja voltado aos interesses do mesmo. Para isso acreditamos que é necessário reorganizar o Movimento Estudantil sob as bandeiras da ação direta, da unidade com os trabalhadores e de um programa anti-governista. Possuindo militantes em diversos cursos, nos organizamos nacionalmente através da RECC (Rede Estudantil Classista e Combativa) e do FOB (Fórum de Oposições pela Base).

Lutar para estudar, estudar para lutar!


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