sexta-feira, 20 de março de 2015

Quem influencia o “apartidarismo” da Aliança pela Liberdade?

Publicamos abaixo texto produzido e lançado pela Chapa 3 "UnB aberta pra quebrada" durante eleições para DCE em 2014. O texto reflete integralmente a opinião da Oposição CCI. Boa leitura!!

Fora liberais-pragmáticos!

 

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Quem influencia o “apartidarismo” da Aliança pela Liberdade?

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A “Aliança pela Liberdade” se apresenta como apartidária, plural e preocupada com as demandas do dia-a-dia da universidade, ditas técnicas ou operativas. Opõem-se ao que classificam como pautas externas, vistas como ideológicas e ilegítimas. Ela se coloca, assim, como que “neutra politicamente”. Entretanto, entre os membros da “Aliança”, dentre os quais alguns fundadores, há pessoas que fazem parte da rede estudantil internacional “Estudantes pela Liberdade”. Esta rede tem como referencial teórico-ideológico o liberalismo político e econômico, a exemplo da escola austríaca de economia, posição acessível no sítio da entidade (www.epl.org.br). A rede “Estudantes pela Liberdade” possui um verdadeiro manual para organizar os estudantes e uma forte coesão teórico-ideológica, a qual não é vista nem mesmo entre determinados partidos políticos (!). Possuem forte relação com institutos acadêmico-políticos de viés liberal, a exemplo do instituto Mises, o Mises Brasil, o instituto Millenium, entre outros.

A questão é, qual motivo leva a “Aliança pela liberdade” camuflar sistematicamente sua estreita relação com grupos de igual ou maior influência que partidos políticos? O que faz um militante do grupo “Estudantes pela Liberdade”, que possui forte coesão ideológica e um projeto liberal de sociedade, atuar no interior da “Aliança” se não vê neste a possibilidade de orientar ou ter contemplado suas respectivas posições políticas?

Responde a “Aliança” que ela possui independência interna frente a referida rede internacional e seus institutos, que sua posição não segue um projeto liberal e que se pautam exclusivamente pela demanda dos estudantes da UnB etc etc. Ora, estão tentando subestimar nossa inteligência. A defesa da iniciativa privada, da terceirização, da meritocracia, do empreendedorismo é a própria posição liberal, que não é consenso entre a “pluralidade” que alegam defender. A “Aliança” se projeta na UnB aproveitando da forte recusa ao modos operandi oportunista dos partidos eleitoreiros no Brasil. Mas organizações como o Instituto Millenium não precisam disputar eleitoralmente as eleições estatais para ter influência sobre governos, empresários e o próprio movimento estudantil. O modus operandi destas organizações supracitadas se revela audacioso e desleal: orientando politicamente distintas frentes da sociedade, em cada qual aparentam possuir um projeto corporativo ao setor, porém todos estes coordenados pela “intelectualidade orgânica” liberal para forjar as bases de seu projeto global que é – como dizem – o “capitalismo selvagem”.

Os que dizem querer pensar somente a universidade imediatamente acabam por deixar “intacta” (na melhor das hipóteses) a ordem social desigual que cria, mantém e para a qual se destina a própria academia. Ideologicamente, servem ao “partido da burguesia”, por mais que se digam apartidários. Nós da chapa 3 “UnB Aberta pra Quebrada” não somos contrários à articulação entre chapas e “outros grupos” – nossas relações externas e nosso projeto são ditos abertamente. Criticamos política e metodologicamente a relação com partidos eleitorais ou quaisquer grupos defensores do status quo. Apesar da ferrenha oposição que fazemos a submissão do movimento estudantil às instâncias políticas do Estado capitalista através de seu uso eleitoral, não somos contrários à existência de organizações políticas e partidos não-eleitorais que façam uma disputa política no rumo do movimento. Antes de sermos levados por ideias fáceis e cultivadas pelo senso comum, é dever do estudante pesquisar, criticar e opinar. Este é o motivo que nos leva ao combate incessante contra o modo de produção capitalista. Estudantes do povo, agremiem-se conosco! 

“Estamos convencidos de que liberdade sem socialismo é privilégio e injustiça, e que socialismo sem liberdade é escravidão e brutalidade”. Mikhail Bakunin.

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