Publicamos abaixo texto produzido e lançado pela Chapa 3 "UnB aberta pra quebrada" durante eleições para DCE em 2014. O texto reflete integralmente a opinião da Oposição CCI. Boa leitura!!
Fora liberais-pragmáticos!
* * *
Quem influencia o “apartidarismo” da Aliança pela Liberdade?
A
“Aliança pela Liberdade” se apresenta como apartidária, plural e
preocupada com as demandas do dia-a-dia da universidade, ditas técnicas
ou operativas. Opõem-se ao que classificam como pautas externas, vistas
como ideológicas e ilegítimas. Ela se coloca, assim, como que “neutra
politicamente”. Entretanto, entre os membros da “Aliança”, dentre os
quais alguns fundadores, há pessoas que fazem parte da rede estudantil
internacional “Estudantes pela Liberdade”. Esta rede tem como
referencial teórico-ideológico o liberalismo político e econômico, a
exemplo da escola austríaca de economia, posição acessível no sítio da
entidade (www.epl.org.br). A
rede “Estudantes pela Liberdade” possui um verdadeiro manual para
organizar os estudantes e uma forte coesão teórico-ideológica, a qual
não é vista nem mesmo entre determinados partidos políticos (!). Possuem
forte relação com institutos acadêmico-políticos de viés liberal, a
exemplo do instituto Mises, o Mises Brasil, o instituto Millenium, entre
outros.
A questão é, qual motivo leva a “Aliança pela liberdade” camuflar
sistematicamente sua estreita relação com grupos de igual ou maior
influência que partidos políticos? O que faz um militante do grupo
“Estudantes pela Liberdade”, que possui forte coesão ideológica e um
projeto liberal de sociedade, atuar no interior da “Aliança” se não vê
neste a possibilidade de orientar ou ter contemplado suas respectivas
posições políticas?
Responde a “Aliança” que ela possui independência interna frente a
referida rede internacional e seus institutos, que sua posição não segue
um projeto liberal e que se pautam exclusivamente pela demanda dos
estudantes da UnB etc etc. Ora, estão tentando subestimar nossa
inteligência. A defesa da iniciativa privada, da terceirização, da
meritocracia, do empreendedorismo é a própria posição liberal, que não é
consenso entre a “pluralidade” que alegam defender. A “Aliança” se
projeta na UnB aproveitando da forte recusa ao modos operandi
oportunista dos partidos eleitoreiros no Brasil. Mas organizações como o
Instituto Millenium não precisam disputar eleitoralmente as eleições
estatais para ter influência sobre governos, empresários e o próprio
movimento estudantil. O modus operandi destas organizações supracitadas
se revela audacioso e desleal: orientando politicamente distintas
frentes da sociedade, em cada qual aparentam possuir um projeto
corporativo ao setor, porém todos estes coordenados pela
“intelectualidade orgânica” liberal para forjar as bases de seu projeto
global que é – como dizem – o “capitalismo selvagem”.
Os que dizem querer pensar somente a universidade imediatamente
acabam por deixar “intacta” (na melhor das hipóteses) a ordem social
desigual que cria, mantém e para a qual se destina a própria academia.
Ideologicamente, servem ao “partido da burguesia”, por mais que se digam
apartidários. Nós da chapa 3 “UnB Aberta pra Quebrada” não somos
contrários à articulação entre chapas e “outros grupos” – nossas
relações externas e nosso projeto são ditos abertamente. Criticamos
política e metodologicamente a relação com partidos eleitorais ou
quaisquer grupos defensores do status quo. Apesar da ferrenha oposição
que fazemos a submissão do movimento estudantil às instâncias políticas
do Estado capitalista através de seu uso eleitoral, não somos contrários
à existência de organizações políticas e partidos não-eleitorais que
façam uma disputa política no rumo do movimento. Antes de sermos levados
por ideias fáceis e cultivadas pelo senso comum, é dever do estudante
pesquisar, criticar e opinar. Este é o motivo que nos leva ao combate
incessante contra o modo de produção capitalista. Estudantes do povo,
agremiem-se conosco!
“Estamos convencidos de que liberdade sem socialismo é privilégio e injustiça, e que socialismo sem liberdade é escravidão e brutalidade”. Mikhail Bakunin.
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