Cupulismo reformista derrota a ocupação da reitoria da UFC
A ocupação da reitoria iniciada no dia 01
de setembro, após assembleia estudantil da UFC, foi destruída pelas
estratégias do reformismo representadas por correntes ligadas
majoritariamente ao PSOL (RUA), e PSTU (ANEL).
A Policia Federal (PF) chegou duas horas
após a instauração da ocupação, que foi encerrada na manhã do dia 02/09.
Durante a ação da PF, a administração superior da UFC esteve presente,
criminalizando o movimento. As correntes reformistas, presentes em maior
número, pautaram sua ações pelos acordos de cúpula: administração
superior da UFC, parlamentares do PSOL, advogados, representantes do
Comando de Greve Estudantil e Polícia Federal.
A ocupação não foi capaz de promover ganhos reais para o conjunto de estudantes. Desde o início da greve, a
Oposição Classista e Combativa ao DCE-UFC/RECC defende que não se deve
realizar acordo de cúpula no processo organizativo, uma vez que isso
afasta a base da formulação das demandas exigidas. A
aproximação de estudantes da base, deve estar respaldado também na
eleição de delegados eleitos nos cursos para a representação no Comando
de Greve Estudantil. O RUA esvaziou politicamente a ocupação ao
colocar seus parlamentares como interlocutores legítimos do movimento,
sem que estes tenham sequer, acompanhado e escutado o conjunto de
estudantes ocupados.
O reformismo utilizou a politica do medo
para encerrar a ocupação onde a delegada da PF foi capaz de dirigir o
Movimento Estudantil reformista. Além disso o reformismo demonstrou postura política machista, expressada na negação da bandeira da Creche Universitária, defendida expressamente pelo Coletivo Pedagogia em Luta e OCC/RECC como uma das pautas prioritárias para o movimento. O
refutamento da pauta da Creche Universitária, nega a necessidade de
lutar pela garantia do direito ao trabalho e ao estudo para estudantes (em sua maioria, mulheres afetadas pela falta de condições de assistência específica).
Durante a atividade, a criminalização daqueles que cobrem o rosto como
forma de assegurar sua segurança diante do aparato repressor, também foi
difundida pelo reformismo.
Apontar os erros e apurar a prática
A OCC/RECC aponta como derrota da
ocupação da reitoria: a) afastamento da base das atividades do comando
de greve, ocasionadas pela decisão majoritaria entre correntes,
indicando cupulismo, b) a orientação do movimento pelas determinações da
PF, não havendo firmeza nas exigências estudantis, c) a diluição de
pautas centrais do movimento, retirando demandas históricas, como creche
universitária das necessidades prioritárias d) a criminalização de
estudantes que garantiam sua integridade jurídica.
É preciso romper com a prática do cupulismo e construir uma greve pela base, com a construção de um comando de greve eleito a partir de assembleias de curso.
Dessa forma, as pautas serão construidas rompendo com esse modelo de
greve em que a base não é representada e servindo como palanque para
organizações.
CONSTRUIR A GREVE GERAL NA EDUCAÇÃO!
ABAIXO O CUPULISMO E O PARLAMENTARISMO ESTUDANTIL!
CRECHE E R.U PARA O POVO!