Este documento tem por finalidade publicizar a fundação da Ação
Direta Estudantil – núcleo Marília (ADE – UNESP/Marília), bem como
solicitar filiação à Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC),
integrante do Fórum de Oposições pela Base (FOB).
Nosso coletivo surge em um contexto em que o Movimento Estudantil,
tanto local quanto nacionalmente, se encontra fragilizado e
imobilizado devido aos modelos de atuação política hoje hegemônicos,
cujas características apontam, por um lado, para o parlamentarismo e o
colaboracionismo das entidades oficiais (UNE e cada vez mais
reproduzido pela ANEL) e, por outro, para a dispersão e o imediatismo
das tendências autonomistas, fortemente influenciadas pelos paradigmas
pós-modernos de culturalização da política. Diante dessas formas
degeneradas, a estudantada se vê carente de formas organizacionais
democráticas e de métodos de luta coerentes e efetivos para o
atendimento das demandas da classe trabalhadora.
Nós, estudantes, compomos uma categoria social transitória, pois
inseridos nas instituições de ensino, estamos sendo preparados para
nossa futura inserção no mundo do trabalho. O sistema educacional
brasileiro reproduz as contradições sociais, formando tanto os próximos
gestores da exploração do trabalho quanto a mão de obra pouco
qualificada que vende sua força para a manutenção do sistema. Expresso
que a educação brasileira é marcada pela contradição entre as classes, a
luta estudantil não deve ser encarada em separado do conjunto da
classe.
O empenho na construção de uma alternativa de luta no interior do ME
da UNESP já existe há alguns anos, através da construção do Comitê de
Propaganda (CP) da RECC. A Ação Direta Estudantil (ADE-UNESP) surge em
um contexto desafiador: organizar a estudantada contra a ofensiva
neoliberal contra a educação – que avança a passos largos – orquestrada
pela gestão PSDB no governo de São Paulo em uma Universidade
pulverizada, distribuída por 25 cidades em todo o estado.
Nesse período, vivenciamos alguns processos que nos permitiram
acumular experiências e lições que proporcionaram amadurecimento
político e a convicção na defesa de princípios que encontram sua
resolução programática na linha da RECC/FOB. São eles:
Classismo: Compreendemos que o capitalismo
organiza a sociedade entre aqueles que detêm meios de produção e vivem
da exploração do trabalho alheio: burguesia, e aqueles que precisam
vender sua força de trabalho para sobreviver, muitas vezes não podendo
sequer fazê-lo, se encontram em situação de extrema marginalidade:
classe trabalhadora. Portanto, a contradição burguesia e proletariado é o
elemento fundamental da luta por melhores condições de existência,
cujos protagonistas são os que tem a necessidade vital da mudança e da
justiça. Apenas a classe trabalhadora tem o potencial de transformar a
estrutura social. Continuar lendo