sexta-feira, 26 de novembro de 2010

PELA CONSTRUÇÃO DE UM COLETIVO NA PEDAGOGIA - UnB


ORGANIZAR NAS BASES UM MOVIMENTO ESTUDANTIL DE PEDAGOGIA CLASSISTA E COMBATIVO


Os últimos anos foram marcados por ataques à educação brasileira promovidos pelo governo petista, que segue à risca a cartilha neoliberal assim como seu antecessor. No ensino superior esses ataques se manifestam principalmente através das famigeradas medidas provisórias (REUNI, PROUNI, SINAES, Leis de “incentivo à pesquisa/inovação tecnológica”, e a mais recente 495/2010 que amplia a atuação das fundações privadas nas universidades públicas), que, juntas, formam um ataque direto ao ensino superior. E quais foram os efeitos dessas "reformas", após tantos anos? Aumento gritante do setor privado e das grandes empresas que lucram com a educação, continuação da privatização e elitização do ensino, precarização das condições de trabalho, sucateamento e superlotação das universidades públicas, etc, etc... Tudo menos a suposta “democratização” tão propagandeada pelo governo, que prefere garantir os ganhos do capital financeiro que garantir minimamente uma educação pública de qualidade.

Mais uma vez a educação é tratada como mercadoria e enche os bolsos dos grandes empresários que se utilizam do conhecimento e da tecnologia geradas por poucos centros de excelência para aumentar seus lucros, em detrimento da qualidade de ensino da maioria da população que recebe uma educação pragmática para servir apenas de mão de obra barata e desqualificada.

Desde então, o movimento estudantil, principalmente o movimento estudantil de pedagogia, por conter futuros educadores e trabalhadores da educação, precisa se engajar na luta contra os ataques neoliberais e para isso precisa de uma clara política que se oponha ao governismo, representado pela UNE e seus satélites, braço direito do governo que defende as reformas governamentais, assim como se alinhar na luta dos trabalhadores contra o governo e os patrões, através da ação-direta e do rechaço ao eleitoralismo e ao parlamentarismo.


O Coletivo Pedagogia em Luta, o CAPe, e o Movimento Estudantil de Pedagogia

Apesar de o curso de pedagogia juntamente com seu movimento estudantil de curso, diferente da maioria dos cursos da UnB, possuir um C.A. organizado e não festivo, que realiza assembléias e eleições regulares, e também um movimento estudantil que rompeu com a UNE e defende pautas elevadas de luta, como pelo fim do vestibular e do “enembular”, contra o REUNI/PROUNI assim como pelo combate à privatização da educação etc., faz-se necessário mesmo assim a formação de um coletivo no curso para: 1) continuar e aprofundar a ruptura com o governismo e com o eleitoralismo, ameaçada no último Enepe pelos oportunistas do PT/PCdoB, da mesma forma que apontar as falhas do para-governismo representado pela “frente de esquerda” (PSTU, PSOL, PCB); 2) dar um caráter firme na linha política do C.A. que hoje se apresenta dúbia e sem maiores acúmulos para um papel ativo no movimento estudantil da UnB, atualmente hegemonizado pelo PT/UNE (DCE). Para quem pensa que a presença de grupos opostos no movimento estudantil fragmenta, ou quebra a “unidade”, vale acrescentar que só através do conflito e da disputa política o movimento pode sair de seu marasmo e adotar uma linha correta, além de não significar uma luta de egos, visão muito comum na visão coleguista do movimento estudantil. As diferenças políticas devem ser entendidas enquanto diferenças políticas, e não pessoais, morais, etc. As amizades não devem atrapalhar ou imobilizar a crítica política.

Por isso é preciso construir um CAPe mais atuante no movimento estudantil de pedagogia e da UnB, através de constante formação política da base, munindo-as para a luta contra os ataques à educação que tanto vem afetando a UnB desde a aprovação do REUNI, como para a luta pela radical democratização do ensino superior público. A pedagogia da UnB deve defender um movimento nacional de curso organizado pelas bases e combativo que represente uma força real dos estudantes na sua luta e na luta de seu povo contra o governo e os patrões, contra a opressão e a exploração.


ESTUDANTES DO POVO, JUNTEM-SE AO COLETIVO ‘PEDAGOGIA EM LUTA’! DA CRÍTICA DA UNIVERSIDADE DE CLASSE À CRÍTICA DA SOCIDADE DE CLASSES!



Ou os estudantes se identificam com o destino de seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso serão aliados daqueles que exploram o povo.
Florestan Fernandes.

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