sexta-feira, 26 de novembro de 2010

PELA CONSTRUÇÃO DE UM COLETIVO NA PEDAGOGIA - UnB


ORGANIZAR NAS BASES UM MOVIMENTO ESTUDANTIL DE PEDAGOGIA CLASSISTA E COMBATIVO


Os últimos anos foram marcados por ataques à educação brasileira promovidos pelo governo petista, que segue à risca a cartilha neoliberal assim como seu antecessor. No ensino superior esses ataques se manifestam principalmente através das famigeradas medidas provisórias (REUNI, PROUNI, SINAES, Leis de “incentivo à pesquisa/inovação tecnológica”, e a mais recente 495/2010 que amplia a atuação das fundações privadas nas universidades públicas), que, juntas, formam um ataque direto ao ensino superior. E quais foram os efeitos dessas "reformas", após tantos anos? Aumento gritante do setor privado e das grandes empresas que lucram com a educação, continuação da privatização e elitização do ensino, precarização das condições de trabalho, sucateamento e superlotação das universidades públicas, etc, etc... Tudo menos a suposta “democratização” tão propagandeada pelo governo, que prefere garantir os ganhos do capital financeiro que garantir minimamente uma educação pública de qualidade.

Mais uma vez a educação é tratada como mercadoria e enche os bolsos dos grandes empresários que se utilizam do conhecimento e da tecnologia geradas por poucos centros de excelência para aumentar seus lucros, em detrimento da qualidade de ensino da maioria da população que recebe uma educação pragmática para servir apenas de mão de obra barata e desqualificada.

Desde então, o movimento estudantil, principalmente o movimento estudantil de pedagogia, por conter futuros educadores e trabalhadores da educação, precisa se engajar na luta contra os ataques neoliberais e para isso precisa de uma clara política que se oponha ao governismo, representado pela UNE e seus satélites, braço direito do governo que defende as reformas governamentais, assim como se alinhar na luta dos trabalhadores contra o governo e os patrões, através da ação-direta e do rechaço ao eleitoralismo e ao parlamentarismo.


O Coletivo Pedagogia em Luta, o CAPe, e o Movimento Estudantil de Pedagogia

Apesar de o curso de pedagogia juntamente com seu movimento estudantil de curso, diferente da maioria dos cursos da UnB, possuir um C.A. organizado e não festivo, que realiza assembléias e eleições regulares, e também um movimento estudantil que rompeu com a UNE e defende pautas elevadas de luta, como pelo fim do vestibular e do “enembular”, contra o REUNI/PROUNI assim como pelo combate à privatização da educação etc., faz-se necessário mesmo assim a formação de um coletivo no curso para: 1) continuar e aprofundar a ruptura com o governismo e com o eleitoralismo, ameaçada no último Enepe pelos oportunistas do PT/PCdoB, da mesma forma que apontar as falhas do para-governismo representado pela “frente de esquerda” (PSTU, PSOL, PCB); 2) dar um caráter firme na linha política do C.A. que hoje se apresenta dúbia e sem maiores acúmulos para um papel ativo no movimento estudantil da UnB, atualmente hegemonizado pelo PT/UNE (DCE). Para quem pensa que a presença de grupos opostos no movimento estudantil fragmenta, ou quebra a “unidade”, vale acrescentar que só através do conflito e da disputa política o movimento pode sair de seu marasmo e adotar uma linha correta, além de não significar uma luta de egos, visão muito comum na visão coleguista do movimento estudantil. As diferenças políticas devem ser entendidas enquanto diferenças políticas, e não pessoais, morais, etc. As amizades não devem atrapalhar ou imobilizar a crítica política.

Por isso é preciso construir um CAPe mais atuante no movimento estudantil de pedagogia e da UnB, através de constante formação política da base, munindo-as para a luta contra os ataques à educação que tanto vem afetando a UnB desde a aprovação do REUNI, como para a luta pela radical democratização do ensino superior público. A pedagogia da UnB deve defender um movimento nacional de curso organizado pelas bases e combativo que represente uma força real dos estudantes na sua luta e na luta de seu povo contra o governo e os patrões, contra a opressão e a exploração.


ESTUDANTES DO POVO, JUNTEM-SE AO COLETIVO ‘PEDAGOGIA EM LUTA’! DA CRÍTICA DA UNIVERSIDADE DE CLASSE À CRÍTICA DA SOCIDADE DE CLASSES!



Ou os estudantes se identificam com o destino de seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso serão aliados daqueles que exploram o povo.
Florestan Fernandes.

domingo, 21 de novembro de 2010

CCI realiza ato agitativo na UnB contra recredenciamento da FINATEC


Em plena hora do almoço, 12h, numa quinta-feira (18/11), a Oposição Combativa, Classista e Independente ao DCE da UnB realizou um ato de agitação e propaganda contra as fundações privadas, mais especificamente contra o recredenciamento da FINATEC à UnB.









Tal ato, que inicialmente foi uma deliberação da Assembléia Estudantil do dia 27/10, cuja "responsabilidade" de encaminhá-lo seria do "Comite Fora Finatec", e que de fato o marcou para a quinta (18/11) ao 12h, teve que ser irresponsavelmente desmarcado pelo mesmo Comite, mas com toda a tranquilidade de fazê-lo, mesmo que na noite anterior (17/11). Traqnuilidade pois, mais irresponsável que desmarca-lo um dia antes, foi o fato que os permitiram isto, já que não tiveram compromisso nenhum em construir esta que seria uma importante manifestação (que teria como destino o MEC) - não houve sequer uma divulgação, a não ser pela Oposição CCI de forma independente.

Assim, os militantes da Oposição CCI, mantendo sua autonomia perante ao Comitê (ver Germinal nº19), decidiram manter um Ato de Agitação e Propaganda.

O ato começou no Ceubinho ao 12h, contando com a exposição de faixa com os dizeres "Contra as Fundações privadas de apoio ao Empresários!". Os militantes da Oposição, empunhando bandeiras da Rede Estudantil Classista e Combativa - RECC, organização nacional a qual compõe, fizeram várias falas em megafone incentivando a organização do Movimento Estudantil para a luta contra a FINATEC. Enquanto isso, outros militantes conversavam com os estudantes que alia passavam, distribuindo o último número do Germinal, o órgão de propaganda da Oposição CCI, que traz sua análise sobre o processo de recredenciamento da FINATEC.

Depois disso, os estudantes foram caminhando pelo ICC até o Udefinho, entoando gritos de guerra contra as fundações e a privatização da Universidade: "Não pago, não pagaria, educação não é mercadoria!", "Fora Finatec e privatização, que a universidade não sirva ao patrão!". Parou-se e fez-se algumas falas em frente ao Centro Acadêmico de Ciencias Sociais, que em assembléia um dia antes havia deliberado contra a FINATEC e as Fundações. Seguindo o ato, com mais algumas adesões, chegou-se ao Udefinho sob os aplausos de estudantes que estavam em frente ao CA de Letras, demonstrando seu apoio à luta contra as fundações. O ato foi finalizado no RU, onde mais estudantes e até servidores acompanharam o ato e os discursos.

Os militantes da Oposição CCI se reuniram após o ato e fizeram um balanço possitivo. Foi ressaltado a importancia de ter sido organizado apenas por suas próprias forças, cavando mais ainda a trincheira da luta combativa sincera, em clara oposição com o parlamentarismo estudantil apático, impotente e irresponsável para solucionar as demandas estudantis.


A luta continua!

Fora FINATEC! Fora Fundações Parasitas!



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O GERMINAL nº19 - Novembro de 2010

Amanhã a derrota será maior:

A maior e mais famigerada fundação privada e corrupta da UnB - a FINATEC - é recredenciada sem nenhuma mobilização do DCE!


Depois de, na última gestão, a direção governista do DCE levar à derrota quase todas as reivindicações estudantis da última greve, boicotando a mesma (não formando/organizando efetivamente os atos e piquetes deliberados em assembléias, por exemplo), era de se esperar que o recredenciamento da FINATEC (no dia 08/10) via CONSUNI, já orquestrado pela Reitoria/PT, contasse com a cumplicidade e passividade por parte da direção do movimento estudantil da UnB.

Realmente, sendo fiel ao nome de campanha, o DCE conseguiu que o amanhã fosse uma derrota ainda maior e mais vergonhosa. Mesmo o movimento estudantil tendo aprovado a pauta “PELO FIM DAS FUNDAÇÕES!” em histórica assembléia (16/03), que decretou a greve estudantil deste ano; mesmo a luta contra a FINATEC contendo um grande fator objetivo/material e simbólico/subjetivo para entusiasmar a luta do movimento estudantil da UnB, fundação que motivou a ocupação da reitoria em 2008, nada foi feito para organizar a luta direta e o movimento estudantil, mais uma vez traído pela burocrática direção governista de sua principal entidade representativa, o Diretório Central dos Estudantes, lhe impõe agora mais uma retumbante derrota.


O esquecimento deseduca: aprender e superar os erros do passado

É importante apontar quais são as principais causas de tal derrota e, mesmo que de forma sintética, fazermos jus aos gritos histéricos de “radicais!”, provindos da corja reacionária, e tentar chegar à raiz do problema. Caso os estudantes não consigam abstrair as lições das derrotas e vitórias de suas lutas, não existe possibilidade de acúmulo político, e, nesse caso, fica-se refém do triunfalismo parlamentarista que tenta “transformar” pelo discurso oportunista cada derrota em uma grande vitória, ou, quando a traição está tão descarada, tenta-se selar com o silêncio, ou através de mais um acordo das cúpulas do parlamentarismo estudantil, sob o nome de “comitê”. Tal é o que está acontecendo neste caso da FINATEC.

Em reunião chamada pelo DCE no dia 30 de setembro (um dia antes do primeiro CONSUNI que iria debater o recredenciamento da FINATEC), seus diretores afirmavam que havia grande possibilidade de vitória através do CONSUNI, dizendo terem diversos conselheiros e setores da Reitoria contrários ao recredenciamento. Sua atuação prática nos posteriores CONSUNI's (01/10 e 08/10) foi balizada inteiramente nas possibilidades de manobras político-burocráticas no interior de tal conselho anti-democrático da UnB*. O que é importante ressaltar é: 1º) Que as táticas de manobras burocráticas internas tiveram carater totalmente irresponsável, se verificarmos os grandes interesses econômicos envolvidos no recredenciamento da FINATEC, assim como os claros interesses políticos da Reitoria/PT em recadastrá-la, já que o avanço do marco regulatório das Fundações Privadas é justamente a diretriz do Governo Federal/PT**; 2º) A direção governista do DCE, ao defender a visão do parlamentarismo estudantil de que se poderia lutar contra as fundações por vias internas da burocracia universitária, tratou de não mobilizar os estudantes quando este era o único meio que poderíamos conquistar o não recredenciamento da FINATEC (no plano imediato), assim como proporcionar um acúmulo futuro maior: a ação direta das massas estudantis em oposição aos podres conselhos. No fim das contas, as direções petistas do DCE e Reitoria atuaram conjuntamente para o recredenciamento da FINATEC, tal como demonstra alguns fatos: a tática de diálogo (sic) no CONSUNI; a realização da primeira reunião chamada pelo DCE para apenas dois dias antes do primeiro CONSUNI; a convocação de um CEB para o dia 07/10, marcado para um dia antes do segundo CONSUNI (que aprovou o recredenciamento!), com cinco pautas, sendo a pauta da FINATEC a última delas; a não convocação de uma assembléia geral estudantil, a não ser 19 dias depois do já consumado recredenciamento pelo CONSUNI***.

É valido lembrar outra recente experiência que os estudantes da UnB tiveram com a falácia da “disputa” dos conselhos superiores e antidemocráticos: No processo de greve unificada do início deste ano, o CEPE iria aprovar o calendário acadêmico para que as aulas começassem, mesmo com os estudantes e os técnicos ainda em greve, o que significava começar as aulas sem biblioteca, RU ou passe-estudantil, fato que prejudicaria principalmente os estudantes de baixa renda. Na assembléia que decretou o fim da greve estudantil, foi deliberado (com os apelos “civilizados” do DCE e da “Aliança Pela Liberdade”) que ao invés de impedir que o CEPE acontecesse, iria-se sensibilizar os conselheiros para que o calendário não fosse aprovado. Tal como no atual caso da FINATEC, o resultado foi uma esmagadora derrota! Como a Oposição CCI alertava já em 2008: “Separar a luta por melhores condições materiais de ensino da luta de democratização da universidade é a receita para a pior das derrotas. Tal separação é justamente a manifestação prática do programa reformista de efetivar a luta por vias legalistas e por etapas. Por isso, a diferença de fundo com a oposição CCI é a da perspectiva combativa e classista, e, finalmente, revolucionária, versus o parlamentarismo estudantil” (O Germinal, nº7).


Princípio para a luta geral contra as fundações privadas: o anti-governismo e o compromisso.

Não é possível lutar contra as fundações privadas e os conselhos universitários legitimando-os e, principalmente, tendo uma linha política governista, de apoio ao Governo neoliberal de Lula/PT. O que o próprio Governo faz é justamente legalizar e ampliar o papel das fundações com a MP 495/2010, e a estratégia governista local, representada no reitor petista José Geraldo, dando uma prova cabal disso com o recredenciamento da FINATEC. O papel da direção pelega do DCE é fazer aquilo que as entidades neoliberais como a UNE já fazem em escala nacional: Através da desorganização, desinformação e desmobilização da massa de estudantes, manter a estabilidade política do regime e garantir a aprovação dos principais “projetos” do Governo, tais como o REUNI e fundações privadas, assim como boicotando as lutas
reivindicativas que possam respingar nas campanhas políticas governistas ou na Reitoria/prefeitura, braço direito do GovernoLula/PT a nível de UnB.

Uma das principais lições que tiramos sobre o recredenciamento da FINATEC é que, só a partir da massificação da luta direcionada por um programa combativo é que as bases estudantis podem vencer suas pautas reivindicativas. E mais ainda, só a partir da massificação da luta é que as bases estudantis podem, por sua própria experiência coletiva, avançar pedagogicamente para o caminho correto, compreender o papel nefasto que a direção governista vem trazendo ao movimento. É justamente desse processo pedagógico, decorrente da massificação da luta, que o DCE tem medo. Por isso as assembléias gerais não são divulgadas adequadamente, nada se fala sobre o recredenciamento da FINATEC, não se mobiliza os Centros Acadêmicos. A atual direção do DCE está compromissada demais organizando o próximo mega-show para entorpecer a juventude, se esquecendo que o DCE não é uma empresa Júnior, e sim uma entidade para a organização da luta estudantil, uma entidade que carrega em seu nome a história de tantos que entregaram suas vidas em combate.

Para justificarem a sua degeneração governista e "pôrra-lôca"/empresarial, a direção do DCE joga a culpa para os estudantes pela baixa participação e mobilização, como se, há 2 anos atrás, mais de 2.000 estudantes não tivessem ocupado a reitoria, como se ano passado,não tivéssemos as ocupações de CAs, este ano a greve estudantil etc. Culpabiliza o estudantado quando, na verdade, em todos esses processos de luta, a direção eleitoreira do DCE agiu como uma verdadeira inimiga dos estudantes.


Próximos passos: entre a derrota e a reversão do quadro para a vitória

Dessa forma, na última assembléia geral (27/10) foi aprovado, conjuntamente, pela frente do parlamentarismo estudantil na UnB (DCE-PT, PSOL e PSTU) um “pacote” que já prepara o futuro fracasso da luta contra as fundações privadas. Essas propostas consistem: a) Na formação de um comitê unificado, b) Na realização de um plebiscito contra a Finatec e c) Na disputa dos conselhos universitários. É importante frisar que o DCE não defendeu tais encaminhamentos sem motivos. Os "comitês unificados por "consenso" já se mostraram ser umas das armas mais eficazes para os governistas do DCE frearem as mobilizações, através da sabotagem das tarefas e emperrando pela "falta consenso" as deliberações mais avançadas. Já o plebiscito se constitui, essencialmente, em uma tática legalista, que não possui poder de pressão nenhum. E os conselhos burocráticos apresentam-se completamente caducos, como já exposto no texto. Se o eixo central da campanha permanecer nestes marcos, os estudantes ficarão completamente reféns da burocracia governista e universitária e sairão derrotados, mais uma vez. É dever dos estudantes sérios reverter esse quadro.

Para modificarmos os rumos desta luta, se faz necessário que os estudantes combativos intervenham nas mobilizações diretas e nas assembléias, defendendo um outro programa para o enfrentamento contra a Finatec e as Fundações Privadas, a partir de: a) Organização por fora do comitê burocrático, com a construção da mobilização na base dos cursos (através das assembléias, passagens em salas, propaganda e atividades); b) O boicote aos conselhos universitários e c) Levar a mobilização de base à ocupação do órgão responsável pela aprovação/legalização da nova gestão da Finatec (MEC ou Ministério Público). Além disso, temos que ter claro que, neste momento de refluxo das lutas e da hegemonia dos governistas, é imprescindível que os estudantes se agrupem em uma oposição estudantil combativa, que tenha como papel dar uma dinamicidade na análise dos processos de luta, disputando a consciência do estudantado através do combate ao parlamentarismo estudantil e tomando parte ativa nas principais lutas e mobilizações, através da defesa de um programa classista e combativo.

Conclamamos a todos os estudantes construírem desde suas bases (CAs, assembléias de curso) a luta contra as fundações privadas!


"Sei que a luta será longa e árdua, mas acredito firmemente na força da atuação coletiva das massas” Honestino Guimarães


FORA FUNDAÇÕES DE APOIO AOS EMPRESÁRIOS!
OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!
Junte-se à Oposição CCI!

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Notas

*chegando até mesmo a propor a ridícula tática de fazer exaustivas inscrições durante a reunião do CONSUNI para impedir que se chegasse à pauta da FINATEC.

** A Medida Provisória 495/2010 demonstra tal afirmação.

*** Nesta assembléia, fora a tratoragem anti-democrática da mesa, que aprovou as propostas contraditórias por "pacotes". Mais uma vez a frente unida do parlamentareismo estudantil, PSTU, PSOL e PT votaram todos juntos pelo respeito aos conselhos burocráticos e por um plebicito furado como tática central.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Semana da Consciência Negra - UnB


O Coletivo Estudantil Pedagogia em Luta, com o apoio dos Coletivos Território Livre (geografia) e LutaSocias! (ciências sociais) e da Oposição CCI, convidam os estudates, servidores do quado, terceirizados e professores da UnB para a atividade de vídeo-debate na Semana da Consciência Negra, com o filme: PANTERAS NEGRAS. O evento tem como objetivo fomentar o debate sobre a condição do povo negro no capitalismo e celebrar a heróica história de luta destes trabalhadores negros contra a exploração, a opressão e a submissão, a luta por sua emancipação contra o capital, a violência policial e o Estado capitalista.


Dia 22 - Segunda
12h na Sala Papirus
(Faculdade de Educação)



Sinopse:

O filme relata a situação do povo afroamericano nas
décadas de 60 e 70, marcada pela violência policial, exclusão política e cultural e exploração econômica, e como se deu a formação e atuação do Black Panther Party for Self-Defense (ou somente Panteras Negras), influenciado pelo pensamento socialista e anti-racista de Malcolm X, Marx e Mao. O partido que tinha como lema máximo "todo o poder ao povo", teve forte presença na comunidade negra americana, agremiando jovens, mulheres e atuando em escolas primárias e no combate às drogas. Atuou conjuntamente com organizações estudantis, sindicais e movimentos comunistas e feministas.




"Não combatemos racismo com racismo. Combatemos racismo com solidariedade. Não combatemos o capitalismo explorador com capitalismo negro. Combatemos o capitalismo com o socialismo básico. E não combatemos o imperialismo com mais imperialismo. Combatemos o imperialismo com o internacionalismo proletário". (Bobby Seale - membro fundador do Partido Panteras Negras)


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A Oposição CCI sugere a leitura de um pequeno compilado de três textos sobre os Panteras Negras, contendo brevemente sua história e as lições de sua luta. Download aqui.



terça-feira, 9 de novembro de 2010

Por uma Cultura militante!

Divulgamos agora em nosso blog um texto escrito por um militante da Oposição CCI ao DCE, quando nós da CCI disputamos as eleições do DCE com a chapa "Unidade Estudantil Classista - Chapa 2", e utilizado pela mesma para o debate sobre cultura. Boa leitura!


Abaixo a cultura empresarial, festiva e opressora na Universidade!
Viva a cultura de resistência dos povos oprimidos e o ambiente saudável para Estudar e Lutar!


Hoje, a Universidade de Brasília passa por um processo de privatização e elitização também no âmbito da cultura. Os cartazes de empresas que lotam a universidade e as freqüentes festas que estas realizam representam na verdade um comércio lucrativo que vem se penetrando e expandindo dentro da Universidade Pública, através do CA’s e DCE’s festivos e despolitizados. São esses mesmos CA’s e DCE’s que normalmente praticam os famigerados trotes violentos e machistas que impossibilitam uma integração saudável com os calouros, degradam a imagem da mulher e pregam uma competitividade tola, distorcendo o papel que o estudante deve ter na universidade: estudar e se organizar para lutar contra os ataques à educação e ao povo.

Achamos que a despolitização é totalmente prejudicial às pautas dos estudantes. Os CA’s e DCE’s festivos se limitam ao absurdo serem centros empresariais de promoção de festas e consumo de drogas e permanecem completamente desvinculados da organização política dos estudantes. Na realidade, eles impossibilitam que haja um ambiente saudável de organização, disputa e debate político e de luta, tornando as eleições de CA’s e DCE’s em verdadeiras trocas de administrações/gestões de festas lucrativas e de trotes humilhantes. O “Movimento Estudantil” festivo fica preso às piores maneiras de se financiar e atravancam as lutas com sua despolitização.

Não vemos a diversão como algo errado. Os alunos devem ter espaços de descontração e socialização, porém não se pode construí-los em detrimento da politização estudantil, fortalecendo hábitos destrutivos à saúde tanto física quanto mental dos estudantes. Os espaços de cultura dos alunos não devem ser alienantes nem fazer apologia a qualquer forma de opressão, muito menos ter vínculos empresariais. Devem sim semear uma cultura crítica, que incentive debates, valorizando a produção cultural do povo, e a cultura de resistência (como a cultura popular, a cultura negra, por exemplo, o rap nacional etc.). Existem também diversas alternativas culturais saudáveis vinculadas às lutas estudantis que podem, ao mesmo tempo, politizar e ajudar a financiar os CA’s e DCE’s, como filmes-debates, palestras, oficina de cartazes, grafite/muralismo etc, as quais devem ser dado prioridade.

* Contra os CA’s e DCE’s festivos! Por um ambiente universitário saudável que possibilite o estudante estudar, se organizar e lutar! CA/DCE é pra lutar, e não pra lucrar!

* Contra trotes/festas machistas e homofóbicas! Abaixo o machismo propagado pela mídia burguesa na Universidade Pública! Abaixo os trotes e festas que degradam a mulher!

* Pelo incentivo de eventos que valorizem a cultura popular e dos povos guerreiros do Brasil! Fora empresas festivas! Viva a cultura de resistência!

domingo, 7 de novembro de 2010

Universalisação do ensino superior

Este texto que reproduzimos em nosso Blog foi escrito por um militante da Oposição CCI, durante o processo eleitoral deste ano (2010) para o DCE da UnB, quanto nós compunhamos a chapa UNIDADE ESTUDANTIL CLASSISTA. Boa leitura!

Nem ENEM, nem VESTIBULAR:

Acesso Livre Já!

O grande mecanismo de exclusão dos filhos da classe trabalhadora do sistema de ensino superior público no Brasil é, sem sombra de dúvidas, o vestibular. Mais do que uma forma de mensuração do "mérito pessoal", o atual método de seleção dos ingressantes nas universidades públicas é um critério, acima de tudo, de classe. São somente as classes médias e ricas que (com raras exceções), através do ensino privado e cursos pagos pré-vestibulares, possuem possibilidade de êxito no vestibular. A grande maioria da juventude, jogada em um ensino fundamental e médio de baixa qualidade e bem sucateado, está, já no ponto de partida da competição, em imensas desvantagens em relação às demais classes. Desse modo, torna-se evidente o corte de classe que existe no sistema educacional brasileiro: se, de um lado, os filhos dos trabalhadores não têm acesso a um nível de ensino que lhes permita um bom resultado no vestibular, do outro as classes médias e burguesas gozam de amplo privilégio por meio do acesso ao ensino básico privado, voltado quase que exclusivamente para o vestibular.

Ainda que a prova do vestibular seja isonômica em relação aos participantes, o nivelamente preparatório entre os concorrentes inexiste e esse fato materializa a distribuição desigual, amplamente ancorada na diferença de renda, da educação básica na sociedade. Não é à toa, portanto, que o grosso dos estudantes universitários nas instituições públicas são filhos de profissionais liberais, burocratas estatais, assalariados bem qualificados, pequenos proprietários e, até mesmo, da alta burguesia. Os filhos dos trabalhadores assalariados são "barrados" na entrada e, quando não conseguem uma vaga no tecnificado ensino privado superior, são lançados diretamente no mercado de trabalho. Isso não se explicita de maneira nítida aos olhos do estudantes proletários que, na maioria dos casos aceitam passivamente esse fato, acreditando no discurso burguês e meritocrata segundo o qual a culpa do fracasso na prova se encontra na sua incapacidade individual, na sua falta de "mérito". Nada mais falso! É preciso que o movimento estudantil universitário e secudarista desmistifique essa mentira, evidenciando quais são o verdadeiros critérios (isto é, não meramente os formais, mas sim os objetivos e materiais) que garantem quem entre e quem fica de fora e, com isso, combatê-los.

Sob o pretexto de remediar uma demanda social imensa por democratização do ensino público superior, o Governo Lula executa atualmente a implementação do novo Enem, que funcionará como um gigantesco vestibular a nível nacional que selecionará, por meio de uma única prova, os ingressantes nas universidades públicas, distribuindo os vestibulandos em todo o país de acordo com a posição dos mesmos na prova e suas preferências por locais de estudo. Segundo o Governo, o novo Enem representaria o fim do vestibular, aumentando a competitividade dos estudantes do ensino médio público ao acabar com as especificidades dos vestibulares, nivelando a prova de acordo com o currículo do ensino médio público. A falaciosidade desse argumento salta aos olhos de quem o lê. Se o novo Enem se adequa à estrutura curricular do ensino público, é de se esperar que as escolas privadas consigam aumentar o preparo de seus alunos qualitativa e quantitavivamnte em relação às escolas públicas, uma vez que as primeiras possuem professores mais bem pagos, maior infraestrutura etc. Basta ver o resultado do último resultado do ENEM em 2009: a classificação é auto-explicatória (Veja matéria e o ranking aqui). Desse modo, mantém-se a clivagem de classe na seleção dos estudantes universitários e os eixos temáticos do novo Enem pouco fazem para romper com essa continuidade do mecanismo de exclusão que se reproduz com a unificação nacional do vestibular. Deve-se notar também que o novo Enem gera um sistema de hierarquização regional no sistema de ensino superior, criando-se restritos "centros de excelência" (para os quais iriam os alunos mais bem colocados na prova e, com isso, o grosso das verbas públicas) em meio a um mar de universidades de "segunda linha" ou "escolões". Além do mais, é preciso levar em consideração o que realmente significa mobilidade nacional de estudantes ao mesmo tempo que inexiste um adequada política de assistência estudantil. Se um estudante do, digamos, Nordeste consegue passar para a UnB, a vinda do mesmo estará condicionada por sua situação socio-econômica, uma vez que dificilmente conseguirá ser acobertado pela escassa assistência estudantil. Desse modo, estudantes de alta renda poderão migrar facilmente pelo país, enquanto estudantes pobres estarão presos aos locais de residência de seus familiares, ao mesmo tempo que terão mais dificuldade de entrar na sua universidade local em decorrência do maior fluxo de estudantes de outras localidades. Por isso nós da Unidade Estudantil Classista - Chapa 2, dizemos: "Nenhuma ilusão no Enembular"

O fim do vestibular significaria, portanto, acesso universal e irrestrito de todos os egressos do ensino médio ao sistema público superior. Aos olhos de muito estudantes, isso seria uma utopia, uma feitura não-realizável (ou ainda, inviável) em um horizonte próximo. Estão certos quando dizem que isso não se encontra na "pauta do dia", por assim dizer. O que nós propormos não é, no entanto, uma "execução imediata" porque, obviamente, não possuiríamos poder para isso nem há estrutura que abarque hoje o contingente de estudantes almejado nas Universidades Públicas - como faz a expansão precária do Lula/PT com seu famigerado REUNI. Propormos, isso sim, um norte de luta, de mobilização e de ação direta estudantil e proletária que imponha nossas pautas reinvidicativas e históricas, criando as condições materiais para abrigar toda classe trabalhadora e seus filhos na Universidade. A eleição de uma gestão do DCE que tenha como eixo central essa luta sinaliza uma maior disposição dos estudantes pela consecução de tal pauta. Mas, vale repetir aqui, tal gestão apenas teria de fato importância se houvesse uma base de estudantes verdadeiramente mobilizados na luta pelo fim do vestibular, articulando mobilizações, atos, ocupações e greves pela universalização do ensino superior público. Sobre a inviabilidade econômica do fim do vestibular, bastaria dizer que países com um PIB per capita menor do que o Brasil, como Argentina e México, possuem sistema susperiores de ensino universais. Se um país como Brasil não possue também um sistema verdadeiramente público, isso se deve pela maneira como as classes dominantes em nosso país se apropriam das riquezas nacionais. A luta por maiores investimentos na educação é indissociável da luta contra a parasitária burguesia nacional e internacional, de modo a garantir que tenhamos verbas e recursos suficientes para atender a demanda nacional da juventude por um ensino público superior de qualidade, que será conseguido pelas nossas próprias mãos e não através do falatório enfadonho e demagógico dos políticos burgueses.


POR UMA EDUCAÇÃO A SERVIÇO DO POVO!
ABRIR AS PORTAS DA UNIVERSIDADE PARA A CLASSE TRABALHADORA!

[Foto: Piquetes organizados por estudantes combativos fecham salas durante a greve unificada na UnB.]

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Geografia do Trabalho


O COLETIVO TERRITÓRIO LIVRE convida todos a participarem do debate: "A Centralidade do Trabalho Para a Geografia", com a participação do professor Gilberto Alves. Indicamos para leitura o texto "Geografia e Trabalho: Uma leitura a partir das transformações territoriais" (baixe aqui), também disponível na copiadora do DCE.

O objetivo deste debate é levantar na UnB a discussão teórica de como a ciência geográfica, e suas categorias de estudo próprias, podem estar contribuindo para a análise das das relações de trabalho/classe, das contradições sociais próprias do sistema político-econômico a qual estamos submetidos. Entendendo que a Geografia pode ser uma importante ferramenta para a compreensão e transformação da realidade.



A CENTRALIDADE DO TRABALHO PARA A GEOGRAFIA

DIA: 03/11 (QUARTA-FEIRA)

HORÁRIO: 12:30H

LOCAL: AUDITÓRIO DO IH (Final da Ala Norte, subsolo)

Participe do debate e chame seus colegas!

“(...) a geografia, através da análise dialética do arranjo espacial, serve para desvendar máscaras sociais, vale dizer, para desvendar as relações de classes que produzem esse arranjo. É nossa opinião que por detrás de todo arranjo espacial estão relações sociais, que nas condições históricas do presente são relações de classes.” Ruy Moreira